Presidente eslovaco diz que Kiev não terá 'passe livre' para Otan em cúpula em Washington

"Qualquer país, que tenha o direito de determinar seu futuro e solicitar a adesão a qualquer organização, deve entender que a decisão sobre sua admissão dependerá dos membros dessa organização", enfatizou Peter Pellegrini

TASS

BRATISLAVA - A Ucrânia não deve contar com um "passe livre" para a Aliança do Atlântico Norte na cúpula da Otan em Washington de 9 a 11 de julho, disse o presidente eslovaco, Peter Pellegrini.

Presidente eslovaco Peter Pellegrini © AP Photo/Mark Schiefelbein

"Vamos insistir que o parágrafo sobre esta questão mencione que a admissão na Otan depende de certos termos e que os países da aliança concordam com isso. Este documento não será um 'passe livre' [para a NATO]", disse o porta-notícias SME à chegada à capital norte-americana.

"Qualquer país, que tenha o direito de determinar o seu futuro e candidatar-se a aderir a qualquer organização, deve compreender que a decisão sobre a sua admissão dependerá dos membros desta organização", sublinhou.

A cúpula da Otan começa em Washington nesta terça-feira. Este ano, a organização completa 75 anos. Espera-se que a cúpula produza o primeiro documento sobre a cooperação ampliada de Austrália, Nova Zelândia, Coreia do Sul e Japão na aliança.

O coordenador do Conselho de Segurança Nacional dos EUA para Comunicações Estratégicas, John Kirby, disse mais cedo que a potencial adesão da Ucrânia à Otan exigiria muito trabalho e levaria tempo para chegar a um consenso sobre esse assunto dentro da aliança. No entanto, em suas palavras, os Estados Unidos continuarão sinalizando a Kiev que podem ser admitidos na Otan.

Os participantes da cúpula da Otan em Bruxelas em junho de 2021 disseram em um comunicado final que a Ucrânia e a Geórgia podem contar com a admissão na aliança no futuro. A Rússia rejeita veementemente a ideia de uma maior expansão da OTAN para o leste. No entanto, de acordo com Thomas Wright, assistente especial do presidente e diretor sênior de planejamento estratégico do Conselho de Segurança Nacional, a questão da adesão da Ucrânia à Otan pode ser levantada apenas em vários anos.