A Polônia fará o que for preciso para resolver uma crise migratória na sua fronteira com a Bielorrússia, disse um vice-ministro da Defesa, enquanto Varsóvia pondera opções que podem incluir o encerramento da fronteira.
Por Barbara Erling | Reuters
VARSÓVIA - A fronteira se tornou um ponto de tensão, já que autoridades ocidentais acusam o governo de Belarus de enviar migrantes de fora da Europa para a Polônia, em uma forma de "guerra híbrida".
O vice-ministro da Defesa polonês, Cezary Tomczyk, comentou durante uma entrevista à Reuters em Varsóvia, Polônia, 9 de julho de 2024. REUTERS/Kuba Stezycki |
O ministro das Relações Exteriores, Radoslaw Sikorski, disse anteriormente que a Polônia não descarta um fechamento completo da fronteira, enquanto o presidente Andrzej Duda levantou a crise fronteiriça em conversas com seu homólogo chinês, Xi Jinping, enfatizando seu impacto no comércio com a Europa.
A Polónia fechou completamente quatro das suas seis passagens fronteiriças com a Bielorrússia devido às tensões com Minsk.
"Estamos prontos para qualquer solução nesta área, porque não permitiremos que esta crise migratória causada pela Bielorrússia dure indefinidamente", disse o vice-ministro da Defesa, Cezary Tomczyk, à Reuters.
Os esforços da Polônia para resolver a crise incluíram em parte melhorar o fortalecimento e o policiamento na fronteira, mas Varsóvia também estava enviando uma mensagem política clara de que a situação atual "não pode durar para sempre", disse Tomczyk.
Questionado se Pequim poderia ajudar a Polônia a acabar com a crise, Tomczyk disse acreditar que a China não quer uma situação ruim na fronteira.
"A China é um ator global. A China tem interesses globais na Europa. E eles têm que chegar à Europa de alguma forma."
Com os líderes ocidentais reunidos para a cúpula da Otan em Washington, Tomczyk disse esperar que os membros da aliança discutam se a Polônia pode abater mísseis russos em direção ao território da Otan enquanto eles ainda estão sobre o solo ucraniano.
"Isso é, claro, complicado em termos de questões jurídicas e políticas, mas parece que essa é a direção e deve ser discutida exaustivamente pela Otan."