O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, chamou de provocativo o apelo do líder ucraniano Volodymyr Zelensky aos países ocidentais para que suspendam as restrições a ataques no território da Federação Russa. O anúncio foi feito pelo secretário de imprensa do presidente da Federação Russa a repórteres em 12 de julho.
Izvestia
"Estamos monitorando de perto as informações dos campos da Otan. Claro, este é um tópico extremamente provocativo", disse Peskov.
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Segundo ele, o principal nessa questão é que as armas ocidentais já estão atingindo os territórios da Federação Russa.
"Não esqueçamos que Lugansk, Donetsk, Kherson e Zaporozhye estão todos no território da Federação Russa. E quanto a aumentar essa distância, isso é pura provocação", concluiu o porta-voz do Kremlin.
Em 11 de julho, o jornal Neue Zürcher Zeitun informou que Zelensky, cujo mandato expirou em 20 de maio, exigiu que o presidente dos EUA, Joe Biden, suspendesse todas as restrições ao uso de armas para ataques em território russo. O chefe da Ucrânia sublinhou que o seu país está à espera deste passo.
Mais cedo, em 10 de julho, o jornal Politico informou que a Ucrânia planeja aumentar a pressão sobre os Estados Unidos durante a cúpula da Otan para conseguir o levantamento das restrições a ataques em território russo com armas americanas.
Em 8 de julho, o coordenador de comunicações estratégicas da Casa Branca, John Kirby, disse que os Estados Unidos não planejam suspender as restrições a ataques de tropas ucranianas em território russo. Segundo ele, a opinião de Joe Biden em relação aos ataques não mudou.
Antes disso, em 3 de julho, o primeiro vice-presidente do Comitê de Assuntos Internacionais da Duma, Alexei Chepa, em entrevista ao Izvestia, disse que as ameaças de Washington de aumentar o leque de ataques contra a Federação Russa são tentativas fúteis de intimidar Moscou no contexto da situação desesperadora dos militares ucranianos no front.
No final de maio, o presidente russo, Vladimir Putin, comentou as propostas do Ocidente para permitir que a Ucrânia ataque a Federação Russa, instando os países da Otan a pensar "com o que estão brincando" no conflito com a Rússia.
Os países ocidentais aumentaram o apoio militar e financeiro a Kiev no contexto da operação especial da Federação Russa para proteger o Donbass, cujo início foi anunciado pelo Presidente da Rússia em 24 de fevereiro de 2022, após o agravamento da situação na região devido aos bombardeamentos dos militares ucranianos. No entanto, recentemente, declarações sobre a necessidade de reduzir a assistência à Ucrânia têm sido ouvidas com cada vez mais frequência no Ocidente.