O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, justificou sua viagem não anunciada à Rússia citando o impacto econômico da guerra da Ucrânia na União Europeia, em uma carta obtida pela DPA na terça-feira.
dpa (Deutsche Presse-Agentur)
"Os efeitos económicos negativos da guerra colocam um grande fardo na vida quotidiana dos nossos cidadãos e na competitividade da UE", disse Orbán no relatório, datado de 05 de julho, dirigido ao presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e aos líderes da UE.
Orbán visitou Moscou para se encontrar com o presidente russo, Vladimir Putin, imediatamente após sua primeira visita à Ucrânia desde o início da invasão russa.
A Hungria é vista na UE como próxima da Rússia e o curto relatório de Orbán adotou a visão de Putin sobre a guerra na Ucrânia e compartilhou estimativas russas irrealisticamente altas de vítimas ucranianas.
Putin acredita que o tempo está do lado da Rússia no conflito, disse Orbán, e relatou a surpresa do presidente russo de que a Ucrânia não aceitou as recentes ofertas de cessar-fogo e negociações de paz.
Orbán repetiu a expectativa de Putin de um rápido colapso da Ucrânia nos próximos meses. Isto apesar de uma grande ofensiva russa em Kharkiv ter sido interrompida e de vitórias ucranianas mais amplas na Crimeia.
O presidente russo sempre relacionou as condições que determinou para o fim da guerra com a ideia de que seria melhor aceitá-las antes que a situação na Ucrânia se deteriore ainda mais.
Em sua carta, o premiê húngaro disse aos líderes da UE que, com base em suas conversas com Putin, "agora há uma chance maior" de um cessar-fogo e um caminho para negociações de paz.
Ele instou o bloco a tomar a iniciativa de pressionar por um cessar-fogo, já que Washington está cada vez mais focada nas próximas eleições presidenciais.
"A liderança política fornecida pelos Estados Unidos é limitada, devido à campanha eleitoral em curso", observou Orbán.