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15 julho 2024

O futuro da capacidade anfíbia da Marinha Argentina: entre projetos de construção e incorporação de unidades de segunda mão

Entre as capacidades que a Marinha Argentina busca recuperar com o objetivo de aumentar sua operacionalidade, a incorporação de navios anfíbios é um dos principais projetos. A projeção da infantaria de fuzileiros navais através de uma unidade especializada para este fim é uma prioridade, uma vez que, além do seu papel em operações anfíbias, este tipo de unidade permite a execução de missões de assistência humanitária, graças à sua capacidade de transporte.


Por Mariano Germán Videla Solá | Zona Militar

Desde o final da década de 1940, por quase 50 anos, a Marinha teve navios especializados para tarefas de desembarque, destacando-se na primeira etapa os Tank Landing Ships (LST), Landing Craft Infantry Ships (LCI), Landing Ship Mediums (LSM) adquiridos dos Estados Unidos após o término da Segunda Guerra Mundial.

Navio de Assalto Anfíbio da classe San Giorgio

A doutrina gerada durante anos de operações dessas unidades termina com a construção do navio-tanque ARA "Cabo San Antonio" (Q-42) no Estaleiro Rio Santiago (na época AFNE – Estaleiros e Fábricas Navais do Estado). Note-se que entre 1970 e 1981 a Marinha Argentina também teve o navio de desembarque (LSD – Landing Ship Dock) ARA "Cándido de Lasala" (Q-43), adquirido em segunda mão dos EUA.

Durante a entrevista exclusiva realizada pela Zona Militar com o Contra-Almirante Carlos María Allievi, o Chefe do Estado-Maior General da Marinha destacou a existência de um BAPIN (Pedido ao Banco de Projetos de Investimento Público) "para incorporar dois navios anfíbios multiuso que chamamos de binômio anfíbio, que são um LST, semelhante ao San Antonio que estava nas Malvinas, vai para a costa, abre a escotilha de proa e lá desembarca, e um LPD, que é semelhante ao que veio da França, o Tonnerre. São navios muito maiores, assim como o Peru, a classe Makassar, o Paita e o Pisco. E o Chile, que é o 313 Fincantieri (VARD), outro modelo LPD."

Durante anos, a ideia da Marinha foi ter duas unidades: um navio de desembarque anfíbio tipo LST (Landing Ship Tank) juntamente com um navio multiuso tipo LPD (Landing Platform Dock). Entre os projetos considerados, nos últimos anos tornou-se relevante a intenção de construir localmente pelo menos uma unidade LST com a participação dos estaleiros Rio Santiago (ARS) e Tandanor. De acordo com o que foi devidamente relatado, uma das opções avaliadas corresponde ao projeto LST 100 do estaleiro DAMEN, ao mesmo tempo em que foi avaliado o projeto do navio multiuso Classe Makassar, opção escolhida pela Marinha do Peru, com duas unidades construídas nas instalações da Servicios Industriales de la Marina S.A (SIMA Peru)

No entanto, nos últimos meses, a opção de incorporar uma unidade de segunda mão voltou a ganhar destaque. Assim como na busca de recuperação da capacidade submarina por meio da transferência de uma unidade em serviço (modalidade conhecida como hot transfer), um navio anfíbio de segunda mão é outra das opções consideradas pela Marinha, tanto pelo seu custo quanto pelo tempo necessário para entrar em serviço de uma unidade desse tipo. A este respeito, estabeleceram contactos com a Marinha Italiana para conhecer as capacidades dos Navios de Assalto Anfíbio da classe San Giorgio.

Estes navios têm um deslocamento de quase oito mil toneladas a plena carga, sendo um verdadeiro meio de projeção anfíbia e apoio à Marinha Militar durante as últimas três décadas. Têm um comprimento de 133,3 metros e uma viga de 20,5 metros, o que lhes permite transportar 350 soldados de infantaria juntamente com 30 viaturas de vários tipos. Embora não tenha um hangar para aeronaves, tem uma plataforma de voo a partir da qual helicópteros leves e médios de vários tipos podem operar.

Regionalmente, a opção de optar por navios anfíbios descomissionados pelas marinhas europeias foi a adotada pelo Chile e pelo Brasil. Durante a última década, a Marinha do Chile, em 2011, incorporou o navio de assalto anfíbio Classe Foudre Sargento Aldea (LSDH-91), enquanto o Brasil adquiriu o segundo navio da classe, sendo denominado "Bahia" (G40), juntamente com o LPH "Atlantic" (Ex HMS Ocean).

Embora um navio anfíbio, tanto de segunda mão quanto novo, devolva à Marinha a capacidade de realizar operações anfíbias com meios especializados, ele deve ter a respectiva recuperação de veículos anfíbios rastreados (HOV), veículos anfíbios de rodas (VARs) e helicópteros médios, elementos vitais para esse tipo de manobras.

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