Os militares de Israel informaram nesta segunda-feira que abriram uma investigação sobre suspeitas de abuso de um palestino mantido em um campo de detenção para prisioneiros capturados durante a guerra em Gaza, atraindo críticas de manifestantes e políticos de direita.
Ari Rabinovitch e James Mackenzie | Reuters
JERUSALÉM - Os militares disseram que o seu advogado-geral ordenou o inquérito após “suspeita de abuso substancial de um detento”. Não deram mais detalhes.
Manifestantes de direita do lado de fora do centro de detenção de Sde Teiman, no sul de Israel | 29/07/2024 REUTERS/Jill Gralow |
A Rádio do Exército disse que, como parte da investigação, a polícia militar apareceu no campo de detenção Sde Teiman para questionar cerca de 10 soldados reservistas suspeitos de terem abusado de um prisioneiro capturado de uma unidade de elite do grupo islâmico palestino Hamas.
Grupos de direitos humanos, como a Associação por Direitos Civis em Israel (Acri), fizeram acusações de graves abusos contra pessoas detidas no campo, uma ex-base militar no deserto de Negev, que, segundo Israel, será gradativamente extinto.
Enquanto a polícia militar chegava ao campo, vários manifestantes civis, incluindo membros de extrema-direita do Parlamento, se reuniram no lado de fora, criticando a investigação de soldados que, segundo eles, estavam cumprindo seu dever. Alguns entraram na base à força.
O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, criticou a invasão e pediu calma. O ministro da Defesa, Yoav Gallant, afirmou: “Mesmo em tempos difíceis, a lei se aplica a todos - ninguém pode invadir as bases da IDF (Forças de Defesa de Israel)”.
O tenente-general, Herzi Halev, chefe do Estado Maior, defendeu a investigação que, segundo ele, mantém a honra dos militares israelenses (IDF).
Israelenses invadem a prisão [campo de concentração] Sde Teiman exigindo que os prisioneiros palestinos sejam assassinados. Ministros do governo israelense e parlamentares comandam o "protesto", que seria motivado pela prisão de carcereiros israelenses envolvidos em estupro, tortura e assassinatos de prisioneiros palestinos, conforme revelado pelo jornal Washington Post.