O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, afirmou nesta sexta-feira (19) que a Avibras Indústria Aeroespacial é uma companhia estratégica de defesa nacional e que o governo está trabalhando para que não seja privatizada.
Sputnik
Ele conversou sobre o assunto com jornalistas após cerimônia de anúncio de investimento para Execução de Obras e Intervenções na Via Dutra e Rio-Santos, em São Paulo, que teve a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e várias autoridades políticas.
Mercadante explicou que o BNDES não é o único credor da empresa, que é a principal fabricante de sistemas pesados de defesa do Brasil e passa por recuperação judicial, embora seja um "credor importante". Entretanto, destacou que a Avibras é uma companhia estratégica de defesa nacional e deve permanecer assim:
"Se passar, se for transferida para uma empresa internacional, ela perde a condição de ser uma empresa nacional de defesa e perde uma série de benefícios que vêm dessa natureza […]. Ela tem que continuar sendo nacional, tem que ter a participação do Estado, pode ter parceiros privados, inclusive internacionais. Mas ela tem que continuar sob o controle nacional. É nessa direção que nós estamos trabalhando", disse ele a jornalistas após o evento.
O BNDES, afirmou ele, está bastante empenhado em resolver o mais rapidamente possível o problema "e ter, assim como a Embraer, que é um orgulho, ter uma companhia de defesa, que é muito importante, e que tenha um mercado muito promissor internacional".
"Se passar, se for transferida para uma empresa internacional, ela perde a condição de ser uma empresa nacional de defesa e perde uma série de benefícios que vêm dessa natureza […]. Ela tem que continuar sendo nacional, tem que ter a participação do Estado, pode ter parceiros privados, inclusive internacionais. Mas ela tem que continuar sob o controle nacional. É nessa direção que nós estamos trabalhando", disse ele a jornalistas após o evento.
O BNDES, afirmou ele, está bastante empenhado em resolver o mais rapidamente possível o problema "e ter, assim como a Embraer, que é um orgulho, ter uma companhia de defesa, que é muito importante, e que tenha um mercado muito promissor internacional".
O ministro da Fazenda adiantou que o governo está em "negociação intensa com o Ministério da Defesa" e há parceiros internacionais e nacionais que já mostraram interesse na empresa.
"Por isso que esse parceiro internacional, sem desnacionalizar a empresa, é importante para abrir esses mercados internacionais, que isso gera divisa, gera receita, gera crescimento para a empresa", argumentou. "Então, nós estamos, os bancos credores, buscando uma solução. Há um problema de gestão na empresa, de dificuldades. Ela precisa ter uma carteira de pedidos", explicou.
Mercadante frisou que para renegociar qualquer condição, a companhia deve ter perspectiva de receita e de entregas. "Isso passa por uma parceria com as Forças Armadas e de buscar uma mudança na governança da empresa. Na nossa avaliação, a Avibras vai se recuperar".
"Estamos dando prioridade porque os trabalhadores estão nessa expectativa, e a empresa, quando ela não está produzindo, ela vai gerando só passivo. Passivo fiscal, juros, folha de pagamento. Então, quanto mais credores, quanto mais rápido a gente resolver, melhor."
Há dois anos, o governo Lula tem feito negociações com a China para resgatar a Avibras que está há dois anos em recuperação judicial.
Na semana passada, o ministro da Defesa Nacional da China, Dong Jun, reuniu-se com o comandante do Exército Brasileiro, Tomás Ribeiro Paiva, que visitou a empresa chinesa Norinco, que negocia a participação na Avibras.
A Avibras despertou o interesse não só da China como da australiana DefendTex e uma dos Emirados Árabes Unidos.
O interesse chinês foi expresso em uma carta enviada ao governo brasileiro no dia 13 de junho, depois de uma desistência temporária da DefendTex anunciada pelo ministro da Defesa, José Múcio. Os executivos da companhia comunicaram o interesse chinês em adquirir 49% das ações da Avibras.
No entanto, sobre as negociações da Avibras, não se espera que o negócio seja fechado logo, em parte por envolver outros órgãos, como Itamaraty e o próprio Judiciário, além de Brasília já ter recebido um alerta dos norte-americanos sobre a transação com os chineses.