Após a fala da presidente da Comissão Europeia de que o bloco europeu pode se transformar em uma união de defesa, a Rússia se vê forçada a adaptar as suas abordagens de política externa em conformidade, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, nesta quinta-feira (18).
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"Mas de qualquer forma, isso o confirma de qualquer maneira [...] a atitude geral dos Estados europeus em relação à militarização, à escalada de tensões, ao confronto e à confiança em métodos de confronto da sua política externa. [...] Estas são as realidades em que temos de viver. E é claro que tudo isto nos obriga a adaptar a nossa abordagem de política externa em conformidade", disse Peskov aos jornalistas.
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O trabalho no âmbito da união de defesa da União Europeia (UE) irá se sobrepor ao trabalho dos países europeus no âmbito da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), acrescentou o porta-voz.
No início do dia, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, prometeu transformar o bloco europeu em uma União Europeia de defesa no caso da sua reeleição. A responsável disse ainda que será introduzido um cargo de comissário europeu para a Defesa, bem como será implementado o projeto European Air Shield (Escudo Aéreo Europeu).
A ideia da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sobre uma união de defesa na UE significa uma mudança nas prioridades do bloco e está dando conotações militares à UE, acrescentou Dmitry Peskov.
"Aparentemente, a senhora [Ursula] von der Leyen falou sobre uma mudança nas prioridades e a transformação da UE, dando conotações militares a esta união", disse Peskov.
A Rússia não representou e não representa qualquer ameaça para ninguém na UE e está protegendo os seus interesses na Ucrânia, sublinhou o porta-voz.
"A Federação da Rússia não representou nem representa qualquer ameaça a ninguém na União Europeia. Está defendendo os seus interesses na Ucrânia em condições em que os países da União Europeia excluíram qualquer possibilidade de diálogo ou de ter em conta as preocupações da Rússia. Estas são as realidades em que temos de viver e, claro, tudo isto nos obriga a configurar a nossa abordagem política externa em conformidade", disse Peskov.
Quando questionado sobre a presença de navios da OTAN na região do mar Negro, Peskov afirmou que a Rússia tomará medidas para garantir a sua segurança.
"É claro que a Rússia tomará todas as medidas necessárias para garantir a sua própria segurança", disse o porta-voz do Kremlin, ressaltando que a grande presença de navios da OTAN na região do mar Negro — sobretudo na Bulgária e na Romênia, representa uma ameaça adicional para Moscou considerando o contexto atual.
Peskov lembrou ainda que a Turquia cumpre perfeitamente suas funções como administradora na regulação do transporte marítimo na região.
"O regime de permanência dos Estados não pertencentes ao mar Negro no mar Negro é estritamente regulamentado pela Convenção de Montreux. A Turquia, neste caso, é o administrador e desempenha as suas funções de forma bastante suave", disse Peskov aos repórteres.