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31 julho 2024

Irã ameaça Israel após assassinato de Ismail Haniyeh, líder do Hamas, que promete represália

O líder político do grupo palestino Hamas foi morto em Teerã dentro de casa, em um bombardeio israelense, de acordo com um comunicado divulgado pelo movimento islâmico nesta quarta-feira (31). O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, prometeu uma "punição severa" a Israel, acusado de matar Ismail Haniyeh nessa terça-feira (30). O braço militar do Hamas afirma que o "assassinato" terá "enormes consequências para a região".


RFI

"Com este ato, o regime sionista criminoso e terrorista preparou o terreno para uma punição severa para si mesmo. Consideramos nosso dever vingar o sangue de Haniyeh que foi derramado no território da República Islâmica do Irã", disse Khamenei em um comunicado divulgado pela agência de notícias oficial IRNA, nesta quarta-feira. O Irã decretou três dias de luto nacional.

Irã ameaça Israel após assassinato de Ismail Haniyeh, líder do Hamas, que promete represália © AP

O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, que tomou posse nesta terça-feira, também acusou Israel pela morte Ismail Haniyeh, e prometeu reagir. "A República Islâmica do Irã defenderá sua integridade territorial, sua honra, seu orgulho e sua dignidade, e fará com que os invasores terroristas se arrependam desse ato covarde", escreveu Pezeshkian na rede X, descrevendo Haniyeh como um "líder corajoso".

De acordo com o Hamas, o ataque aconteceu após “a participação do líder na posse do novo presidente", Masud Pezeshkian, na capital iraniana. "Este é um ato covarde que não ficará sem resposta", disse Moussa Abu Marzouk, membro do escritório político do Hamas.

De acordo com vários meios de comunicação iranianos, Haniyeh "foi morto por um projétil aéreo". O líder do Hamas, de 61 anos, morava em Doha e estava hospedado em uma das casas cedidas pelo governo iraniano aos veteranos de guerra.

O ataque trouxe à tona as falhas da agência de inteligência iraniana e da Guarda Revolucionária, que não conseguiram impedir o bombardeio em pleno centro de Teerã.

A reação do Irã, nas próximas horas ou dias, não deve tardar, segundo o correspondente em Teerã da RFI, Siavosh Ghazi. O Irã já atingiu diretamente o território israelense lançando quase 300 drones e mísseis contra o país, após um consulado iraniano em Damasco ter sido alvo de um ataque israelense.

"Assassinato visa evitar conflito regional", diz pesquisadora

As autoridades do país não reagiram, mas Ismail Haniyeh sempre foi publicamente um alvo para Israel. “Israel nunca confirma esse tipo de ataque, mas temos dois ministros israelenses que postaram mensagens na rede X e Ismail Haniyeh foi 'apontado', por muito tempo, como um alvo para Israel”, diz Amélie Ferey, pesquisadora do Instituto Francês de Relações Internacionais. "Assassinatos como esse permitem a Israel de gerenciar a escalada da violência e afinar as represálias, evitando o conflito regional generalizado", explica.

O Irã, aliado do Hamas, não reconhece o Estado israelense e fez do apoio à causa palestina um elemento central de sua política externa desde a Revolução Islâmica de 1979. Durante seu discurso de posse na terça-feira, Massoud Pezeshkian denunciou os "crimes" de Israel no território palestino, enquanto os iranianos presentes na cerimônia gritavam "Morte a Israel! Morte à América!"

Vários países condenam ataque

A Turquia condenou o assassinato do líder do Hamas. "Que Deus tenha misericórdia do meu irmão Ismail Haniyeh, que foi martirizado como resultado deste ataque hediondo", escreveu o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, na rede social X, denunciando a "barbárie sionista".

A China também condenou o assassinato do líder do Hamas. "Estamos muito preocupados com este incidente, nos opomos e condenamos este assassinato", disse o porta-voz diplomático chinês Lin Jian.

Pequim "teme que este incidente leve a uma maior desestabilização da situação regional" no contexto da guerra em Gaza entre Israel e o movimento islâmico palestino Hamas, acrescentou o porta-voz, em uma coletiva de imprensa.

"Este é um crime terrorista hediondo e uma violação flagrante da lei", escreveu Mohammed Ali al-Houthi, um alto funcionário houthi, também no X.

A Rússia, por sua vez, denunciou um "assassinato político inaceitável", que levará "a uma nova escalada das tensões", disse o vice-ministro das Relações Exteriores russo, Mikhail Bogdanov, à agência de notícias estatal RIA Novosti.

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, também reagiu e pediu aos palestinos que "se unam, mostrem paciência e firmeza diante da ocupação israelense". Segundo ele, a morte de Hanyeh pode levar a uma escalada da violência na região.

Ismail Haniyeh, figura emblemática do Hamas

O líder político do Hamas, que morreu aos 61 anos, nasceu no campo palestino de al-Shati, na Faixa de Gaza. Ele rapidamente se tornou um ativista político depois de estudar literatura árabe na Universidade Islâmica de Gaza. Quando o Hamas foi criado em 1987, após a Primeira Intifada, ele se juntou ao novo movimento. Preso e encarcerado em 1989, Ismail Haniyeh foi expulso para o Líbano em 1992.

De volta à Faixa de Gaza um ano depois, ele foi nomeado secretário do líder espiritual do Hamas, Ahmed Yassin, assassinado em 2004 pelo exército israelense. Tornou-se então uma figura-chave do movimento que, sob sua liderança, mudou de rumo e se integrou à vida política, vencendo as eleições legislativas de 2006. Ismail Haniyeh foi nomeado primeiro-ministro da Autoridade Palestina, cargo que ocupou até 2014.

Ele governou extra-oficialmente a Faixa de Gaza até 2017, e se tornou o chefe do escritório político do Hamas dois anos depois. Exilado voluntariamente no Catar desde 2019, Ismail Haniyeh viu muitos membros de sua família serem mortos em operações realizadas pelo Exército israelense, que considera o Hamas, responsável pelo ataque a Israel em 7 de outubro de 2023, uma organização terrorista.

(RFI e AFP)

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