A Embraer prevê que a feira internacional Farnborough Airshow 2024, será um dos mais importantes eventos para a empresa neste ano, particularmente para o seu avião de transporte multifuncional C-390 Millennium. A expectativa foi externada em entrevista por Francisco Gomes, presidente e CEO da Embraer.
Revista Força Aérea
Realizada entre os dias 22 e 27 de julho na região metropolitana de Londres, Inglaterra, a Farnborough Airshow 2024 é uma das mais importantes feiras aeronáuticas do calendário mundial. Durante o evento, Gomes disse que a empresa espera pedidos adicionais para seu avião de transporte C-390 Millenium.
“Farnborough será o melhor show da Embraer ”, previu Gomes, durante uma entrevista coletiva na unidade de produção em São José dos Campos (SP), no mês passado. O executivo disse que o C-390 está em um bom momento de vendas e prevê novas oportunidades nos próximos anos.
A Embraer deverá exibir dois C-390 durante a Farnborough 2024, um do Brasil e outro de Portugal. No último dia 26 de junho, a fabricante brasileira entregou o segundo Millennium para a Força Aérea Portuguesa, cujas aeronaves estão totalmente equipadas com dispositivos no padrão da OTAN, como o Datalink 16 e sistema de criptografia de comunicação.
“Os portugueses abriram as portas para nós na comunidade da OTAN e estamos expandindo nosso relacionamento com o governo português e com a Força Aérea Portuguesa”, disse João Bosco da Costa Jr., CEO da Embraer Segurança e Defesa, ao Defense News. “Esperamos entregar duas unidades adicionais: uma para a Hungria e outra para o Brasil, e esperamos terminar 2024 com dez aeronaves em serviço no mundo”, completou.
Segundo os estudos da Embraer, os países da OTAN formam um dos quatro mercados estratégicos para o C-390, ao lado da Índia, Arábia Saudita e Estados Unidos.
A Índia está buscando substituir seus antigos Antonov An-32 sob o programa Medium Transport Aircraft (MTA), onde o CEO da Embraer D&S prevê um mercado entre 40 e 80 novas aeronaves. A decisão do governo indiano está previsto para ser anunciado em até quatro anos, e para atender aos requisitos “Make in India” do governo, a Embraer se uniu à Mahindra Aerospace.
“Temos um forte plano neste programa da Índia, e por isso a Embraer escolheu a Mahindra como parceira. Estamos moldando a campanha juntos e, se for bem-sucedida, esperamos estabelecer uma linha de montagem final para as aeronaves na Índia”, disse Costa Jr.
Embora a Arábia Saudita ainda não tenha aberto publicamente uma licitação para o programa de substituição dos seus envelhecidos C-130 Hercules, o Costa Jr. vê um mercado em potencial para cerca de 25 unidades do C-390. “Estamos em uma fase inicial de engajamento com eles e também esperamos uma decisão nos próximos dois a quatro anos”, afirmou o Executivo brasileiro.
Os Estados Unidos são outro mercado potencial importante para o C-390. “Acreditamos que o C-390 desempenhará um papel importante no mercado americano e estamos tentando vendê-lo ao Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA e ao Comando de Operações Especiais da USAF, porque acreditamos que o C-390 agregaria valor adicional a essas entidades”, disse Costa Jr.
O CEO da Embraer D&S prevê um mercado potencial para aproximadamente 500 aeronaves pelos próximos 20 anos, à medida que os países buscam substituir suas frotas envelhecidas de C-130 e aeronaves de transporte russas. Desse total, ele estima que 206 aeronaves serão necessárias no curto prazo para substituir aeronaves que já têm 45 anos.
“O C-390 está pronto para capturar uma boa parte deste mercado e é por isso que estamos tão otimistas sobre o futuro deste avião. Nos próximos meses, esperamos anunciar algumas boas notícias e teremos mais para compartilhar em Farnborough”, afirmou o Executivo.