Após quase um ano com interrupção na entrega de caças F-35 Lightning II, a Lockheed Martin deve conseguir reduzir o estoque de células prontas, atualmente em cerca de 100 unidades, que aguardavam correções no novo software de missão, o Tech Refresh TR-3. Porém, aeronaves poderão ser usadas apenas em treinamento, sem efetiva capacidade de combate.
Humberto Leite | Revista ASAS
Os F-35 com o novo software voam bem, porém, falhas no programa levam até a necessidade de reinicializar sistemas durante os voos. A Lockheed promete encerrar os problemas com o TR 3 ainda em meados de 2024 e promover as correções nas células que serão entregues com limitações, mas cresce a pressão do Pentágono e dos demais contratantes do caça.
F-35A Lightning II durante o Air and Sea Air Show em Miami Beach. Foto: Zachary Rufus |
A Dinamarca, por exemplo, anunciou em junho que vai transferir os seis F-35A usados para treinamento na Base Aérea de Luke, nos Estados Unidos, para o seu próprio território. O problema é que os dinamarqueses já não querem mais contar com seus antigos F-16 para a defesa do seu território e realização de missões no âmbito da OTAN, inclusive já tendo prometido transferir parte deles para a Ucrânia e vender outros para a Argentina.
O TR-3 é parte fundamental dos planejamentos para evolução dos F-35. Com o novo software, será possível receber novos displays, novos sistemas ópticos, maior diversidade de armamentos e uma capacidade de processamento de dados ampliada, capaz de oferecer novo desempenho em termos de guerra eletrônica e de análise de dados do radar. Na prática, o TR-3, previsto no Block 3 do F-35, é um dos seus principais passos de desenvolvimento.
A Lockheed Martin promete que ainda este ano vai resolver os problemas de software e acelerar a entrega dos jatos. A empresa também comemora que já há cerca de mil F-35 em serviço no mundo, em configurações iniciais. As vendas superam as 3,4 mil unidades, sendo mais da metade para os EUA e as demais para Austrália, Países Baixos, Israel, Noruega, Japão, Reino Unido, Noruega, Itália, Coreia do Sul, Dinamarca, Bélgica, Polônia, Singapura, República Tcheca, Alemanha, Suíça, Finlândia e Canadá, sendo que os últimos sete países da lista ainda aguardam a primeira entrega.