No primeiro dia de agenda no Brasil, o presidente da Itália, Sergio Mattarella, teve um encontro com o homólogo Luiz Inácio Lula da Silva, quando os representantes dos dois países assinaram acordos de cooperação nas mais diversas áreas. Visita oficial de Mattarella inclui encontros no Rio Grande do Sul, no Rio de Janeiro, em São Paulo e na Bahia.
Sputnik
Após 24 anos, o Brasil voltou a receber, nesta segunda-feira (15), a visita de um chefe de Estado da Itália: o presidente Sergio Mattarella, que terá compromissos ao longo dos próximos cinco dias em Brasília, São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Conforme o Itamaraty, a viagem acontece em comemoração aos 150 anos da imigração italiana no Brasil. Lula fez um pronunciamento após o encontro com Mattarella no Palácio do Planalto.
Na ocasião, os líderes discutiram os "complexos desafios da atualidade", como a guerra promovida por Israel na Faixa de Gaza, que já deixou mais de 38 mil mortos, além da parceria entre Brasil e Itália.
"Esta visita representa o ponto alto da celebração dos 150 anos da imigração italiana, que tornou as trajetórias dos nossos países para sempre indissociáveis. Esses laços se reforçam por meio de demonstrações de amizade e solidariedade, como ocorreu em relação às enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul. Somos muito gratos pela doação de 25 toneladas de ajuda humanitária que recebemos do governo da Itália. O material doado certamente aliviou a enorme perda sofrida pela população gaúcha, que reúne uma parcela numerosa dos mais de 35 milhões de descendentes de italianos no Brasil", ressaltou o petista.
Lula também manifestou satisfação com "a vitória das forças progressistas nas recentes eleições no Reino Unido e na França", o que, segundo o presidente brasileiro, é fundamental para a "defesa da democracia e da justiça social contra as ameaças do extremismo". Conforme o petista, o Brasil também foi convidado pela Itália para participar do Grupo de Trabalho sobre a Segurança Alimentar do G7.
"Esta visita representa o ponto alto da celebração dos 150 anos da imigração italiana, que tornou as trajetórias dos nossos países para sempre indissociáveis. Esses laços se reforçam por meio de demonstrações de amizade e solidariedade, como ocorreu em relação às enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul. Somos muito gratos pela doação de 25 toneladas de ajuda humanitária que recebemos do governo da Itália. O material doado certamente aliviou a enorme perda sofrida pela população gaúcha, que reúne uma parcela numerosa dos mais de 35 milhões de descendentes de italianos no Brasil", ressaltou o petista.
Lula também manifestou satisfação com "a vitória das forças progressistas nas recentes eleições no Reino Unido e na França", o que, segundo o presidente brasileiro, é fundamental para a "defesa da democracia e da justiça social contra as ameaças do extremismo". Conforme o petista, o Brasil também foi convidado pela Itália para participar do Grupo de Trabalho sobre a Segurança Alimentar do G7.
Retomada do fluxo de comércio e investimentos
Durante o discurso, Lula lembrou que Itália e Brasil estão entre as dez maiores economias do mundo e, por isso, "devem ter fluxo de comércio e investimentos à altura da sua riqueza". Segundo o presidente, a corrente comercial, de cerca de US$ 10 bilhões (R$ 54,5 bilhões), só retornou neste ano aos níveis registrados há uma década.
"Compartilhei com o presidente Mattarella o desejo de diversificar a pauta e incrementar as exportações brasileiras. A retomada, em breve, do Conselho Brasil-Itália de Cooperação e Desenvolvimento Econômico, Industrial e Financeiro poderá contribuir muito nesse sentido. Como fiz na recente cúpula do Mercosul em Assunção, reiterei ao presidente italiano o interesse do Brasil em concluir, o quanto antes, um acordo com a União Europeia [UE] que seja equilibrado e que contribua para o desenvolvimento das duas regiões", acrescentou.
Para Lula, o acordo entre os blocos só vai avançar quando os europeus conseguirem resolver as próprias contradições internas, como a imposição de uma taxa de carbono de forma unilateral pela UE, que pode "afetar cinco dos dez produtos brasileiros mais exportados para o mercado italiano".
"Compartilhei com o presidente Mattarella o desejo de diversificar a pauta e incrementar as exportações brasileiras. A retomada, em breve, do Conselho Brasil-Itália de Cooperação e Desenvolvimento Econômico, Industrial e Financeiro poderá contribuir muito nesse sentido. Como fiz na recente cúpula do Mercosul em Assunção, reiterei ao presidente italiano o interesse do Brasil em concluir, o quanto antes, um acordo com a União Europeia [UE] que seja equilibrado e que contribua para o desenvolvimento das duas regiões", acrescentou.
Para Lula, o acordo entre os blocos só vai avançar quando os europeus conseguirem resolver as próprias contradições internas, como a imposição de uma taxa de carbono de forma unilateral pela UE, que pode "afetar cinco dos dez produtos brasileiros mais exportados para o mercado italiano".
"A redução das emissões de CO2 é um imperativo, mas não deve ser feita com base em medidas unilaterais que vão impactar as vidas dos produtores brasileiros e dos consumidores italianos", resumiu Lula.
Parceria da Itália com a Embraer
Outro tema debatido no encontro foi o avanço da parceria Brasil-Itália para outros setores, como o militar. Lula lembrou que, no passado, a Embraer atuou em cooperação tecnológica com Roma para o desenvolvimento do caça AMX, o que permitiu um salto na produção de jatos pela companhia brasileira. E atualmente há condições de o país fornecer à Força Aérea da Itália aeronaves C-390 Millenium, avião de transporte militar.
Por fim, Lula ressaltou a existência de quase 1,5 mil empresas italianas no Brasil, responsáveis por mais de 150 mil empregos diretos.
"Desde o início deste mandato trabalhamos para atrair ainda mais investimentos. Vemos interesse renovado da indústria automotiva pelo Brasil. No ano passado, o grupo Stellantis, resultante da fusão da Fiat Chrysler e da Peugeot, anunciou R$ 30 bilhões para modernização e ampliação de suas fábricas no Brasil. É o maior investimento da indústria automotiva em toda a América do Sul. Um setor em que a Itália já está bem posicionada é o de energia. Os parques eólicos e fotovoltaicos de empresas italianas e o interesse delas em hidrogênio verde mostram o potencial a ser explorado nessa área. Um exemplo é o investimento de mais de R$ 2 bilhões no Complexo Eólico Aroeira, na Bahia, feito pela Enel. Abrir novas frentes de cooperação não significa abandonar nossa tradicional colaboração em outras áreas", finalizou.