Ministério das Relações Exteriores diz que Tóquio deve "ser cautelosa em suas palavras e ações no campo da segurança militar"
Xinlu Liang | South China Morning Post em Pequim
A China pediu ao Japão que pense em sua história depois que assinou um pacto de defesa com as Filipinas.
"O Japão deve refletir seriamente sobre sua história de agressão e ser cauteloso em suas palavras e atos no campo da segurança militar", disse Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês.
O Japão ocupou as Filipinas, que na época estavam sob o domínio dos Estados Unidos, durante a Segunda Guerra Mundial, que resultou em mais de um milhão de mortes. Já havia ocupado grande parte da China, cometendo vários massacres, inclusive em Nanjing, em 1937.
O Japão ocupou as Filipinas, que na época estavam sob o domínio dos Estados Unidos, durante a Segunda Guerra Mundial, que resultou em mais de um milhão de mortes. Já havia ocupado grande parte da China, cometendo vários massacres, inclusive em Nanjing, em 1937.
Lin também disse: "A região Ásia-Pacífico não precisa de grupos militares, muito menos de pequenos círculos que provoquem confrontos de campo e instiguem uma nova guerra fria. Quaisquer ações que minem a paz e a estabilidade regionais e minem a unidade e a cooperação regionais despertarão a vigilância e a oposição comum do povo da região."
Ele comentava o Acordo de Acesso Recíproco, que permite que tropas dos dois países participem de exercícios conjuntos no outro país, e foi assinado pelo secretário de Defesa filipino, Gilberto Teodoro, e pela ministra das Relações Exteriores do Japão, Yoko Kamikawa, em Manila, na segunda-feira.
É o primeiro acordo do tipo assinado pelo Japão com outro país da Ásia. Assinou pactos semelhantes com a Austrália e o Reino Unido e está a negociar um com a França.
Kamikawa descreveu a assinatura do acordo como uma "conquista inovadora", dizendo: "Uma ordem internacional livre e aberta baseada no Estado de Direito é a base da paz e prosperidade regionais. Gostaríamos de trabalhar em estreita colaboração com seu país para manter e fortalecer isso."
Teodoro descreveu o acordo como "outro marco em nosso esforço compartilhado para garantir uma ordem internacional baseada em regras para garantir a paz e a estabilidade no Indo-Pacífico".
As Filipinas têm aumentado suas relações de segurança com os Estados Unidos, um aliado do tratado, nos últimos anos e têm se envolvido em uma série de confrontos com navios da guarda costeira chinesa em áreas disputadas do Mar do Sul da China.
O Japão, que tem sua própria disputa territorial com Pequim no Mar da China Oriental, vem construindo gradualmente sua relação com as Filipinas no pós-guerra.
Tornou-se um importante parceiro comercial e de investimento para Manila, assinando um acordo de livre comércio em meados dos anos 2000. Também vem estreitando laços de defesa, vendendo navios-patrulha para a Marinha e enviando caças e tanques para participar de exercícios conjuntos.