Governo ucraniano tenta garantir apoio de Pequim à 2ª Cúpula da Paz na Ucrânia
Yuliia Dysa e Tom Balmforth | Reuters
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia chegou à China nesta terça-feira (23) para negociações com o ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, sobre formas de alcançar uma “paz justa” na guerra com a Rússia e também para discutir as relações bilaterais, disse ele.
Chanceler ucraniano Dmytro Kuleba em Bruxelas | 4/4/2024 REUTERS/Johanna Geron |
A visita de Dmytro Kuleba é a primeira de um alto funcionário ucraniano desde a invasão em grande escala da Rússia em fevereiro de 2022, que a China, a segunda maior economia do mundo, não condenou publicamente.
Kuleba disse que manteria “negociações extensas, detalhadas e substantivas” com o seu homólogo chinês, mas não disse quando as conversações aconteceriam. Ele disse anteriormente que sua viagem continuaria até quinta-feira (25).
“Devemos evitar a competição entre planos de paz. É muito importante que Kiev e Pequim conduzam um diálogo direto”, escreveu ele num comunicado no Instagram, anunciando a sua chegada à China.
Várias iniciativas de paz surgiram nos últimos meses, antes das eleições nos EUA em novembro, que poderão ver o regresso à Casa Branca do ex-presidente Donald Trump, que ameaçou cortar fluxos de ajuda para a Ucrânia. Os Estados Unidos, sob o presidente Joe Biden, têm sido o maior apoiador da Ucrânia.
Kiev está pressionando para realizar uma segunda cúpula internacional ainda este ano para promover a sua visão de paz, depois de uma reunião inicial na Suíça, em junho, ter atraído dezenas de delegações de todo o mundo, mas não da Rússia ou da China.
A Ucrânia disse que gostaria que a sua segunda cúpula fosse organizada por um país do “Sul Global” e que a Rússia pudesse participar. Kiev também disse que gostaria de ver a China desempenhar um papel mais ativo no fim da guerra.
A China e o Brasil publicaram uma proposta conjunta de paz de seis pontos em maio, dizendo que apoiavam a realização de uma conferência internacional de paz que ambos os lados na guerra reconheceriam.
Kuleba disse que a sua viagem à China, a primeira de um ministro das Relações Exteriores ucraniano desde 2012, teve como objetivo desenvolver contatos entre líderes dos dois países.
A China declarou uma parceria “sem limites” com a Rússia em 2022, dias antes da invasão e ajudou a Rússia a manter a sua economia à tona. A China afirma que os seus laços com a Rússia são construídos com base na não-aliança e não visam terceiros.