Bloqueio do trânsito de petróleo 'planejado' em Bruxelas, não em Kiev

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Peter Szijjarto reiterou que a suspensão do trânsito de petróleo russo prejudicou a segurança energética dos dois estados da UE e foi uma violação direta do acordo de associação com a UE


TASS

BUDAPESTE - A decisão de suspender o trânsito de petróleo russo para a Hungria e a Eslováquia não foi planejada em Kiev, mas em Bruxelas, para chantagear os países que buscam a paz, disse o ministro das Relações Exteriores húngaro, Peter Szijjarto.

Ministro das Relações Exteriores e Comércio da Hungria, Peter Szijjarto © Valery Sharifulin/TASS

"Mais de uma semana se passou, mas a Comissão Europeia não fez nada. Existem apenas dois cenários. A Comissão Europeia é muito fraca para fazer o país candidato (Ucrânia) respeitar os interesses fundamentais dos dois estados membros da UE, ou tudo isso foi inventado não em Kiev, mas em Bruxelas, e não no governo ucraniano, mas a Comissão Europeia quer chantagear os dois países que defendem a paz", escreveu o principal diplomata em sua página no Facebook (proibida na Rússia devido à sua propriedade pela Meta, que é designado como extremista).

"A Comissão Europeia e pessoalmente Ursula von der Leyen devem dar uma resposta imediata se foram eles que instruíram Kiev a bloquear o fornecimento de petróleo. E se não, por que a Comissão Europeia não tomou nenhuma ação dentro de uma semana", acrescentou o ministro das Relações Exteriores.

Szijjarto reiterou que a suspensão do trânsito de petróleo russo prejudicou a segurança energética dos dois estados da UE e foi uma violação direta do acordo de associação com a UE.

Passividade da Comissão Europeia

Em 5 de dezembro de 2022, a Comissão Europeia proibiu os embarques de petróleo russo para países da UE como parte das sanções contra a Rússia, mas a Hungria e a Eslováquia garantiram o direito de receber petróleo russo pelo oleoduto até o final de 2025. Esta reserva foi ativamente contestada pela Comissão Europeia.

Em 17 de julho, a Ucrânia interrompeu o trânsito de petróleo da Lukoil para a Hungria e a Eslováquia, de acordo com suas sanções contra a empresa russa. O petróleo da Rússia é fornecido a esses países através do oleoduto Druzhba, que atravessa a Ucrânia.

Budapeste e Bratislava exigiram o início imediato de consultas com a Ucrânia com a mediação da Comissão Europeia. De acordo com as regras da UE, todos os países membros devem ter reservas de combustível de hidrocarbonetos suficientes para uma existência autônoma por 90 dias.

A Comissão Europeia não tomou qualquer medida a este respeito. O porta-voz da Comissão Europeia, Olof Gill, disse que a CE continua a coletar informações. Ele alertou a Hungria e a Eslováquia contra quaisquer medidas retaliatórias unilaterais, como cortar o fornecimento de eletricidade para Kiev, enfatizando que na UE apenas a Comissão Europeia tem o direito de tomar decisões sobre disputas comerciais exteriores.

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