Ucrânia: Conferência para a Paz arranca sem Rússia nem China

A Suíça acolhe entre este sábado (15.06) e domingo (16.06) a Conferência para a Paz na Ucrânia, que juntará representantes de mais de 90 países e organizações, incluindo Portugal, mas não da Rússia nem da China.


Lusa

O objetivo da conferência, organizada pela Suíça na sequência de um pedido nesse sentido do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, é "inspirar um futuro processo de paz", tendo por base "os debates que tiveram lugar nos últimos meses, nomeadamente o plano de paz ucraniano e outras propostas de paz baseadas na Carta das Nações Unidas e nos princípios fundamentais do direito internacional".

© Denis Balibouse/REUTERS

Nesta cimeira, que começa esta tarde na luxuosa estância suíça de Burgenstock, nos arredores de Lucerna (centro da Suíça), para a qual foram destacados 4 mil militares para garantir a segurança do evento, a Ucrânia espera obter um largo apoio internacional a um plano conjunto de paz, já na perspectiva de uma segunda cimeira, para a qual seria convidada a Rússia, que atualmente ocupa cerca de 20% do território ucraniano, na sequência da ofensiva militar lançada em fevereiro de 2022.

Entre os participantes - cerca de metade dos quais da Europa - contam-se o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a vice-Presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o chanceler alemão, Olaf Scholz, e o Presidente francês, Emmanuel Macron.

Entre os grandes ausentes da cimeira, para a qual haviam sido convidados 160 países e delegações, destaque naturalmente para a Rússia.

Por diversas ocasiões, Moscovo deplorou a realização de uma conferência baseada no plano de paz apresentado em finais de 2022 por Zelensky - que prevê na sua versão inicial uma retirada das tropas russas do território ucraniano, compensações financeiras por parte das autoridades russas e a criação de um tribunal para julgar os responsáveis russos -, e acusou a Suíça de perder a neutralidade ao alinhar-se com as sanções europeias.

O outro grande ausente de peso é a China, um dos grandes aliados de Moscovo e vista como intermediária fundamental para futuras conversações de paz, que rejeitou participar dada a ausência da Rússia, tendo Zelensky acusado Pequim de trabalhar em conjunto com o Kremlin (presidência russa) para sabotar a conferência, ao pressionar países para não participarem.

De resto, entre os membros do grupo dos países de economias emergentes (BRICS), além da Rússia e da China, também o Brasil não participará, por considerar indispensável a participação de Moscovo -- ainda que o Presidente, Lula da Silva, tenha estado esta semana na Suíça para participar numa cimeira da Organização Internacional do Trabalho.

A presença de uma delegação da África do Sul continua incerta, e apenas a Índia confirmou publicamente a sua presença na conferência, mas ainda se desconhece a que nível de representação.

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