A Rússia prendeu um cidadão francês suspeito de coletar informações sobre atividades militares no país. A informação, divulgada pela agência russa Tass, foi confirmada pelos investigadores russos nesta quinta-feira (6).
RFI
De acordo com a Comissão de Investigação russa, encarregada de averiguar crimes graves, o homem visitou a Rússia várias vezes nos últimos anos e "encontrou-se com cidadãos russos". Ele é acusado de violar uma lei sobre "agentes estrangeiros" envolvidos na "coleta direcionada de informações das atividades militares e técnico-militares da Federação Russa".
Ministério das Relações Exteriores da França |
Segundo a agência russa, "tais informações, se obtidas de fontes estrangeiras, podem ser usadas contra a segurança do Estado".
Rússia divulga vídeo de suspeito
As acusações são passíveis de uma pena de até cinco anos de prisão. O Ministério das Relações Exteriores da França ainda não comentou o assunto.
Um vídeo divulgado pela comissão mostra um homem vestido com calça jeans e camisa preta sendo detido em um restaurante por seguranças mascarados. Ele foi escoltado em uma van e depois levado para um prédio.
O rosto da pessoa não pode ser identificado nas imagens. O estabelecimento mostrado no vídeo é um café chamado Akademia, no centro de Moscou.
Ameaças
O presidente russo, Vladimir Putin, alertou na quarta-feira (5) que Moscou pode tomar medidas similares se mísseis fornecidos por países ocidentais forem usados pela Ucrânia para atacar o território russo. Segundo ele, o Ocidente se equivoca ao pensar que a Rússia não usará armas nucleares em caso de necessidade.
A declaração foi dada durante uma longa entrevista a agências de notícias internacionais, a primeira desde que a Rússia lançou a ofensiva contra a Ucrânia, em fevereiro de 2022.
O conflito prejudicou relações entre a Rússia e o Ocidente. Moscou alertou que o risco de uma guerra que envolva outros países está aumentando, mas divulga informações contraditórias.
Ainda na quarta-feira, Putin disse que as acusações ocidentais de que a Rússia poderia atacar a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) eram "estúpidas".
(Com informações da Reuters e AFP)