Um ataque aéreo israelense a uma clínica médica na Cidade de Gaza matou o diretor do Departamento de Ambulância e Emergência de Gaza, informou o Ministério da Saúde do enclave, enquanto os militares de Israel disseram que o ataque havia matado um comandante do Hamas.
Por Nidal al-Mughrabi | Reuters
CAIRO - O Ministério da Saúde disse que a morte de Hani al-Jaafarawi elevou para 500 o número de funcionários de saúde mortos por Israel desde 7 de outubro. Pelo menos 300 outras pessoas foram detidas até o momento.
Homem chora durante funeral de diretor dos serviços de ambulância e emergência de Gaza, morto em ataque israelense 24/06/2024 REUTERS/Dawoud Abu Alkas |
Em um comunicado, os militares israelenses disseram que o ataque tinha como alvo Mohammad Salah, que, segundo eles, era responsável pelo desenvolvimento do armamento do Hamas.
"Salah fazia parte de um projeto de desenvolvimento de armamentos estratégicos para a organização terrorista Hamas e comandava vários esquadrões terroristas do Hamas que trabalhavam no desenvolvimento de armas", disse o comunicado.
Depois de mais de oito meses de combates, a mediação internacional apoiada pelos Estados Unidos até agora não conseguiu chegar a um acordo de cessar-fogo. O Hamas diz que qualquer acordo deve pôr fim à guerra, enquanto Israel diz que concordará apenas com pausas temporárias nos combates até que o Hamas seja erradicado.
Em Rafah, perto da fronteira com o Egito, as forças israelenses, que assumiram o controle das partes leste, sul e central da cidade, continuaram sua incursão nas áreas oeste e norte, disseram os moradores, descrevendo combates pesados.
No domingo, os moradores disseram que os tanques israelenses avançaram até a borda do campo de deslocados de Mawasi, no noroeste de Rafah, forçando muitas famílias a saírem em direção ao norte, para Khan Younis e Deir Al-Balah, no centro de Gaza, a única cidade do enclave que os tanques ainda não invadiram.
"A situação em Tel Al-Sultan, no oeste de Rafah, continua muito perigosa. Drones e franco-atiradores israelenses estão caçando pessoas que tentam verificar suas casas, e os tanques continuam tomando as áreas que supervisionam Al-Mawasi, mais a oeste", disse Bassam, morador de Rafah.
"Sabemos de pessoas mortas nas ruas e sabemos e vemos que dezenas de casas foram destruídas pela ocupação", disse ele à Reuters por meio de um aplicativo de mensagem.
Israel nega ter como alvo civis e culpa o Hamas por provocar as mortes ao lutar entre eles, o que o Hamas nega.
Os militares israelenses disseram que suas forças continuavam "operações direcionadas baseadas em inteligência" em Rafah, localizando armas e lançadores de foguetes e matando militantes "que representavam ameaças a eles".
A campanha terrestre e aérea de Israel em Gaza foi desencadeada quando militantes liderados pelo Hamas invadiram o sul de Israel em 7 de outubro, matando cerca de 1.200 pessoas e capturando mais de 250 reféns, de acordo com os registros israelenses.
A ofensiva israelense em retaliação já matou quase 37.600 pessoas, de acordo com as autoridades de saúde palestinas, e deixou Gaza em ruínas.
Desde o início de maio, os combates têm se concentrado em Rafah, no extremo sul de Gaza, onde cerca de metade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave se abrigou após fugir de outras áreas.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que a fase de intensos combates contra o Hamas terminará "muito em breve", mas que a guerra não encerrará até que o grupo islâmico deixe de controlar o enclave palestino.