Caças suecos F-39 Gripen entraram em operação no País em dezembro de 2022 e total das aeronaves deve chegar ao País até 2027; custo inicial previsto pelo contrato foi de US$ 3,77 bilhões.
Por Fernando Valduga | Cavok
A Força Aérea Brasileira (FAB) confirmou através de nota que deu início a um estudo sobre a possibilidade de aquisição de aeronaves usadas modelo F-16 Fighting Falcon que são fabricadas pela Lockheed Martin dos Estados Unidos (EUA). O levantamento, que pode levar a um novo investimento em aviões militares, ocorre menos de dois anos após o Brasil receber os primeiros dos 40 caças suecos F-39 Gripen, que entraram em operação em dezembro de 2022 após investimento bilionário do governo brasileiro.
O contrato original de aquisição dos Gripen previa a entrega de 36 aeronaves até 2027, com o custo de US$ 3,77 bilhões, mais de R$ 20 bilhões em valores atuais. Outros quatro aviões foram acrescidos à negociação ainda em 2022 e, na ocasião, a FAB já estudava adquirir mais 26 Gripen por meio de um segundo contrato.
O movimento da Força Aérea no mercado americano, contudo, foi confirmado em nota divulgada pela instituição na última sexta-feira, 14 de junho. A FAB alega que a cotação do concorrente não diz respeito ao desempenho dos caças suecos, que já estão em operação no País. “A análise, no entanto, não guarda relação com as capacidades da aeronave F-39 Gripen”, afirmou em nota.
A manifestação da FAB ocorreu após uma reportagem publicada no site norte-americano Jane’s Defense informar que as autoridades brasileiras já estavam em fase de negociação com o governo dos EUA para comprar 24 caças F-16. A publicação ainda afirmou que a FAB tinha a intenção de decidir sobre a compra das aeronaves de defesa antes do final deste ano.
A FAB negou as informações na nota divulgada. “Até o momento, não estão sendo realizadas negociações com governos ou empresas, nem foram definidas quantidades ou versões. As únicas interações realizadas sobre o tema tiveram como objetivo o levantamento de dados”, diz a nota da FAB.
A Força Aérea Brasileira não explicou as motivações para adquirir os caças norte-americanos um ano e meio após o recebimento dos modelos suecos comprados por bilhões de reais em 2014. Os Gripen são utilizados pelo 1º Grupo de Defesa Aérea (GDA) de Anápolis. O caça conta com avançada tecnologia de combate e um software de arquitetura aberta, o que facilita a atualização constante.
A aquisição dos Gripen ainda contou com um acordo de transferência de tecnologia. A FAB não informou se o mesmo tipo de acordo poderia ser realizado na eventual compra do modelo norte-americano.
Em maio de 2023, o governo inaugurou uma linha de montagem para produzir o Gripen no Brasil, em uma fábrica de Gavião Peixoto, no interior de São Paulo.
Segue Nota Oficial da FAB:
A Força Aérea Brasileira (FAB) informa que está levantando dados para a realização de um estudo sobre a possibilidade de aquisição de aeronaves de caça usadas F-16 Fighting Falcon. A análise, no entanto, não guarda relação com as capacidades da aeronave F-39 Gripen.
Destaca-se, ainda, que, até o momento, não estão sendo realizadas negociações com governos ou empresas, nem foram definidas quantidades ou versões. As únicas interações realizadas sobre o tema tiveram como objetivo o levantamento de dados.