O ministro da Defesa chinês, Dong Jun, advertiu neste domingo (2) que o seu país "agirá com determinação e força" para impedir a independência de Taiwan, ao mesmo tempo que pediu mais comunicação militar com os Estados Unidos.
France Presse
Dong fez os comentários em um discurso no Diálogo Shangri-La em Singapura, um fórum de segurança onde se encontrou com o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, na sexta-feira.
O ministro da Defesa chinês, Dong Jun, fala no Diálogo Shangri-La em Singapura em 2 de junho de 2024© Nhac NGUYEN |
"O Exército de Libertação do Povo Chinês sempre foi uma força indestrutível e poderosa na defesa da unificação da pátria mãe e agirá com determinação e força em todos os momentos para impedir a independência de Taiwan", declarou Dong no seu discurso.
A China realizou exercícios militares em torno de Taiwan na semana passada, alertando para uma guerra na ilha autônoma após a recente tomada do poder do presidente Lai Ching-te, a quem Pequim chama de "separatista perigoso".
"Quem ousar separar Taiwan da China será esmagado e sofrerá a sua própria destruição", disse Dong.
A questão é um dos focos de discórdia com Washington, apesar de o ministro ter destacado o seu interesse em uma maior aproximação militar com os Estados Unidos.
"Sempre estivemos abertos a negociações e cooperação, mas isso exige que os dois lados se encontrem no meio do caminho", acrescentou Dong.
- Mais negociações -
"Acreditamos que precisamos de mais negociações justamente porque há diferenças entre as nossas forças armadas", acrescentou.
Dong e Austin reuniram-se durante mais de uma hora no hotel onde acontece o fórum, no qual participam autoridades de defesa de todo o mundo e que se tornou um termômetro das relações entre a China e os Estados Unidos.
Após a reunião, Austin comentou que "nos próximos meses" as negociações entre os comandantes militares dos Estados Unidos e da China serão retomadas, enquanto Pequim destacou as relações de segurança entre os países como "estabilizadoras".
No entanto, Dong abordou outra questão controversa com os Estados Unidos, defendendo a sua reivindicação de soberania no mar da China Meridional e rejeitando o envio de mísseis balísticos americanos para a região Ásia-Pacífico.
"A China tem mantido moderação suficiente face às violações de direitos e às provocações, mas isso tem os seus limites", disse Dong, referindo-se ao envio de mísseis para as Filipinas.
As Filipinas são um aliado fundamental dos Estados Unidos no seu esforço para fortalecer as suas relações na região Ásia-Pacífico, o que irrita a China.
O Exército americano anunciou em abril que enviaria um sistema de mísseis de médio alcance para o norte das Filipinas para exercícios militares conjuntos anuais.
O envio de "mísseis balísticos de médio alcance" está "prejudicando seriamente a segurança e a estabilidade regional", disse Dong. Ele alertou sobre os "limites" da moderação de Pequim no mar da China Meridional, após uma série de confrontos entre navios chineses e filipinos perto de recifes disputados.