O movimento independentista FLEC-FAC acusou hoje o exército angolano de matar sete civis e apelou à "solidariedade internacional" para denunciar a repressão militar contra a população.
Lusa
Segundo um comunicado da Frente para a Libertação do Estado de Cabinda - Forças Armadas Cabindesas (FLEC-FAC), os ataques dos militares angolanos contra "civis cabindenses desarmados" aconteceram na noite de segunda-feira (24.06) e esta madrugada, na região fronteiriça de Tando Zinze e resultaram na morte de sete pessoas, encontrando-se outras quatro desaparecidas.
Vista parcial da cidade de Cabinda © DW/C. Luemba |
A FLEC-FAC apela, no mesmo comunicado, à União Europeia (UE) para que se junte aos esforços da União Africana (UA) "para encontrar uma solução justa e pacífica para o conflito cabindês".
"A guerra injusta imposta ao povo cabindês por Angola continua atualmente a causar sofrimento e perdas de vidas humanas e deve ser denunciada pela comunidade internacional", salienta o grupo, exigindo "a proteção das populações civis desarmadas".
"A FLEC-FAC acompanha com grande preocupação a série de assassinatos e homicídios premeditados e perpetrados pelas autoridades de ocupação angolana contra cidadãos cabindenses desarmados, incluindo torturas (...) e agressões sexuais que constituem uma verdadeira declaração de guerra contra o povo cabindês", salientam ainda os independentistas.
Impasse territorial
A FLEC mantém há vários anos uma luta pela independência do território, de onde provém grande parte do petróleo angolano, alegando que o enclave era um protetorado português - tal como ficou estabelecido no Tratado de Simulambuco, assinado em 1885 - e não parte integrante do território angolano.O Governo angolano recusa normalmente reconhecer a existência de soldados mortos resultantes de ações de guerrilha dos independentistas, ou qualquer situação de instabilidade naquela província do norte de Angola, afirmando sempre a unidade territorial.