A Reuters informou nesta quinta-feira (2) que retirou do ar uma reportagem em que o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, David Cameron, supostamente teria dito, durante visita a Kiev, que a Ucrânia tem o direito de atacar o território russo com armas fornecidas por Londres.
Sputnik
Durante a visita, Cameron prometeu 3 bilhões de libras (US$ 19,2 bilhões) em ajuda militar anual para a Ucrânia "pelo tempo que for necessário", relatou a Reuters. Além disso, o chanceler britânico defendeu que a Ucrânia tem o direito de usar armas fornecidas pelo Reino Unido para atacar alvos dentro do território da Federação da Rússia.
David Cameron © AP Photo / Isabel Infantes |
"Uma reportagem da Reuters dizendo que o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, David Cameron, prometeu ajuda à Ucrânia foi retirada [do ar], pendente de revisão de certos detalhes. Uma versão revisada da matéria será publicada oportunamente", informou um comunicado divulgado pela agência.
Os países ocidentais, incluindo o Reino Unido, têm fornecido ajuda militar e financeira a Kiev desde o início da operação militar da Rússia na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022. O Kremlin alertou várias vezes sobre o contínuo fornecimento de armas a Kiev, que levaria a uma escalada do conflito.
Ainda em abril de 2022, a Rússia enviou uma nota diplomática a todos os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) sobre o fornecimento de armas à Ucrânia. Autoridades russas alertaram que qualquer carga contendo armas para a Ucrânia se tornaria um alvo legítimo para Moscou.
Reino Unido pressionou Ucrânia para não negociar
A recusa de Kiev em continuar as negociações em Istambul foi causada pela pressão de Londres, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, no último fim de semana. A última rodada de negociações feita entre os dois países em Istambul aconteceu no final de março de 2022, um mês após o início da operação especial. As tratativas foram encerradas sem acordos firmados, mas com novas informações sobre as exigências de ambos os lados para encaminharem as conversas.
"Todos também estão bem cientes do que exatamente fez com que os ucranianos se recusassem a continuar e finalizar o trabalho […], segundo representantes do lado ucraniano que participaram nos diálogos. Foi devido à pressão direta de Londres", afirmou Peskov a repórteres quando questionado sobre se era verdade que Moscou havia apresentado novas exigências a Kiev após a cúpula em Istambul em 2022, que a Ucrânia recusara.