Ministério das Relações Exteriores da Turquia: Ancara não quer que a Otan se torne parte do conflito na Ucrânia
Izvestia
Ancara não quer que a Aliança do Atlântico Norte se torne parte do conflito na Ucrânia, disse o ministro turco das Relações Exteriores, Hakan Fidan, em 31 de maio.
Foto: Global Look Press/Yauhen Yerchak |
"Não queremos que a Otan interfira na <operação militar> na Ucrânia", disse ele durante uma entrevista a repórteres em Praga, após uma reunião informal dos ministros das Relações Exteriores dos países membros da Otan.
O ministro observou que a participação da Otan no conflito levará à expansão regional e a crises.
"Como Turquia, mais uma vez expressamos em voz alta nossas opiniões sobre a plataforma da Otan. A questão da Ucrânia foi especial na nossa agenda. Apoiamos a continuação da assistência à Ucrânia e a questão da dissuasão. Mas não queremos que a Otan faça parte da <operação militar> russo-ucraniana", disse o jornal Türkiye.
Na véspera, em 30 de maio, o líder turco, Recep Tayyip Erdogan, disse que o lobby que apoia as hostilidades na Ucrânia bloqueou e sabotou as iniciativas turcas de Istambul, que deveriam resolver o conflito atual.
Antes disso, em 28 de maio, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que a Rússia estava pronta para continuar o processo de negociação com a Ucrânia com base nos acordos que foram alcançados na Turquia em 2022. Ele lembrou que, em Istambul, o lado ucraniano ficou satisfeito com os acordos alcançados e o representante de Kiev rubricou o acordo de Istambul.
Em março, o ministro turco das Relações Exteriores, Fidan, observou que a Rússia e a Ucrânia atingiram o limite das capacidades militares, por isso são necessárias negociações de paz. Em sua opinião, chegou a hora de conduzir um diálogo para um cessar-fogo.
No mesmo mês, Erdogan reiterou que a Turquia está pronta para facilitar as negociações de paz entre a Ucrânia e a Rússia para resolver o conflito. No entanto, no dia seguinte, o líder ucraniano Volodymyr Zelensky disse que as negociações de paz sobre o conflito ucraniano propostas por Erdogan eram inaceitáveis com a participação da delegação russa.
A última rodada de negociações entre Rússia e Ucrânia ocorreu em Istambul, em 29 de março de 2022. Duraram cerca de três horas. Mais tarde, Kiev recusou oficialmente contatos com Moscou. Em 4 de outubro do mesmo ano, Zelensky colocou em prática a decisão do Conselho de Segurança e Defesa Nacional do país sobre a impossibilidade de manter conversas com Putin.
A operação especial para proteger o Donbass, cujo início foi anunciado pelo presidente da Rússia em 24 de fevereiro de 2022, continua. A decisão foi tomada tendo como pano de fundo o agravamento da situação na região devido aos bombardeios dos militares ucranianos.