Em evento em São Paulo, presidente pede solidariedade a palestinos e classifica como "aberração" a situação na Faixa de Gaza decorrente da ofensiva israelense.
Sputnik
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou novamente a ofensiva israelense na Faixa de Gaza, classificando como uma "aberração" a situação no enclave.
© Foto / Paulo Pinto / Agencia Brasil |
"Quero pedir uma solidariedade às mulheres e crianças que estão morrendo na Palestina por irresponsabilidade do governo de Israel, que continua matando mulheres e crianças. A gente não pode se calar diante das aberrações", disse o presidente.
A declaração foi dada na noite de sexta-feira (24), em um discurso na cidade de Guarulhos (SP), onde Lula esteve para participar da inauguração de obras de infraestrutura na Via Dutra.
O presidente vem criticando repetidas vezes as ações de Israel na Faixa de Gaza. Em abril, Lula disse que a ofensiva israelense não se trata de uma guerra entre dois exércitos, mas entre o Exército de Israel e "milhares de mulheres e crianças".
Em fevereiro, ele afirmou que a ofensiva "já deixou mais de 90% da população em situação de fome, além de 100 mil pessoas mortas, feridas ou desaparecidas", e se disse favorável à "criação do Estado Palestino, livre e independente".
"Quero dizer pra vocês que sou favorável à criação do Estado Palestino, livre e independente, e posso ter o Estado Palestino convivendo com o Estado Israel", disse o presidente na ocasião.
Também na sexta-feira, mais cedo, o presidente lamentou a morte do único refém brasileiro levado pelo grupo Hamas para a Faixa de Gaza nos ataques de 7 de outubro. O corpo de Michel Nisembaum, de 59 anos, foi encontrado em Jabalia.
"Soube, com imensa tristeza, da morte de Michel Nisembaum, brasileiro mantido refém pelo Hamas. Conheci sua irmã e filha, e sei do amor imenso que sua família tinha por ele. Minha solidariedade aos familiares e amigos de Michel. O Brasil continuará lutando, e seguiremos engajados nos esforços para que todos os reféns sejam libertados, para que tenhamos um cessar-fogo e a paz para os povos de Israel e da Palestina", afirmou o presidente.
As críticas de Lula à ofensiva israelense não são isoladas entre a comunidade internacional, com vários líderes pedindo pelo fim da violência no enclave palestino e acusando Israel de cometer genocídio.
Nesta semana, três países europeus, Espanha, Irlanda e Noruega, anunciaram o reconhecimento da Palestina como um Estado independente. A Corte Internacional de Justiça (CIJ) ordenou que Israel interrompa sua operação em Rafah. Após a decisão, a Alemanha informou que prenderá o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, por crimes de guerra, caso ele entre no país.
Em resposta à decisão da CIJ, o ministro do gabinete de guerra israelense, Benny Gantz, disse que Israel não cumprirá a determinação e continuará a sua campanha "justa e necessária" contra o Hamas.
Neste sábado (25), em entrevista à emissora espanhola TVE, a ministra da Defesa da Espanha disse que o conflito em Gaza é um "verdadeiro genocídio".
"Não podemos ignorar o que está acontecendo em Gaza, que é um verdadeiro genocídio", disse Margarita Robles.