Israel afirmou nesta terça-feira que depende do Egito reabrir a passagem de Rafah e permitir a entrada de alívio humanitário na Faixa de Gaza, o que levou o governo egípcio a denunciar o que descreveu como uma tentativa de transferir a culpa pelo bloqueio de entregas de auxílio.
Por Maytaal Angel e Nayera Abdallah | Reuters
JERUSALÉM - A passagem de Rafah fica na fronteira entre o Egito e o sul de Gaza e tem sido uma rota vital para a entrada de auxílio ao território costeiro.
Imagem aérea de fila de caminhões em estrada egípcia perto da fronteira com Israel, perto da passagem de Rafah para a Faixa de Gaza 02/05/2024 REUTERS/Oren Alon |
“A chave para impedir uma crise humanitária em Gaza agora está nas mãos dos nossos amigos egípcios”, disse o ministro de Relações Exteriores israelense, Israel Katz, em comentários distribuídos aos repórteres.
Katz disse que conversou com seus correspondentes de Reino Unido e Alemanha sobre a “necessidade de persuadir o Egito a reabrir a passagem de Rafah”, acrescentando que também falaria com o ministro das Relações Exteriores da Itália nesta terça-feira.
O grupo militante palestino Hamas, que tem governado Gaza, não “controlará a passagem de Rafah”, disse Katz, citando preocupações de segurança sobre as quais Israel “não fará concessões”.
Os comentários atraíram uma resposta rápida do Ministério das Relações Exteriores do Egito, que afirmou em um comunicado que Israel era responsável pela crise humanitária em Gaza e que as operações militares de Israel em torno de Rafah foram o principal motivo pelo qual o auxílio humanitário foi impedido de entrar no enclave.
O Egito tem afirmado de maneira consistente que a passagem permaneceu aberta no seu lado durante todo o conflito entre Israel e Hamas que começou em 7 de outubro.
(Reportagem de Maytaal Angel, em Jerusalém, e Nayera Abdallah e Jana Choukeir, em Dubai)