A íntegra da declaração conjunta da China e dos países árabes sobre a questão palestina foi divulgada nesta sexta-feira. O texto observou que as resoluções pertinentes das Nações Unidas devem ser plena e efetivamente implementadas e que as duas partes trabalharão juntas para promover um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza e se esforçarão por uma resolução abrangente, justa e duradoura da questão palestina o mais rápido possível.
Global Times
A declaração conjunta foi adotada pela China e pelos países árabes na 10ª conferência ministerial do Fórum de Cooperação China-Estados Árabes nesta quinta-feira.
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A declaração conjunta destaca as profundas preocupações da China, dos países árabes e da comunidade internacional em relação à terrível situação em Gaza e à necessidade urgente de um cessar-fogo, disseram analistas.
A declaração conjunta tem 21 pontos sobre os quais China e países árabes chegaram a um consenso. Registou que ambas as partes condenam as violações em curso de Israel contra o povo palestiniano; denunciar as violações na cidade de Rafa, o bombardeio de campos de refugiados e o controle da travessia de Rafa.
Segundo o comunicado, na Faixa de Gaza, 125.000 civis palestinos foram mortos ou feridos, a maioria mulheres e crianças. A população palestiniana na Faixa de Gaza é forçada a suportar a fome mortal e o bloqueio que corta todos os meios de subsistência. Áreas residenciais, hospitais, escolas, mesquitas, igrejas e infraestruturas na Faixa de Gaza têm sido sistematicamente destruídas, e milhares de palestinianos estão a ser detidos e maltratados.
Ambos os lados se opõem à implementação de planos, intenções e ações para expulsar à força o povo palestino de sua terra natal, o que minaria as perspectivas de paz no Oriente Médio e agravaria os conflitos regionais, disse o comunicado.
Ambas as partes apelam a que o Conselho de Segurança das Nações Unidas adote uma resolução vinculativa para alcançar um cessar-fogo imediato, abrangente e sustentado, travar a transferência forçada de palestinianos, assegurar a prestação de ajuda em toda a Faixa de Gaza e implementar as resoluções pertinentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas para restaurar a vida normal em Gaza. Ambos os lados condenam os EUA por usarem seu poder de veto para impedir que a Palestina se torne membro pleno da ONU, diz o comunicado.
O comunicado observou que tanto a China quanto os países árabes apoiam as medidas provisórias da Corte Internacional de Justiça emitidas em 26 de janeiro, 28 de março e 24 de maio sobre o processo da África do Sul contra Israel. Os dois lados acreditam que Israel deve cumprir as disposições legais relevantes, especialmente o Direito Internacional Humanitário. Ambos os lados enfatizam que Israel, como lado ocupante, é responsável pela terrível situação humanitária em Gaza.
Exortar Israel a parar suas ações em Rafah é evitar que a situação se agrave e abordar a necessidade urgente de ajuda humanitária, disse Liu Zhongmin, professor do Instituto de Estudos do Oriente Médio da Universidade de Estudos Internacionais de Xangai, ao Global Times na sexta-feira.
A declaração também enfatiza a posição compartilhada da China e dos países árabes sobre a questão palestina, disse Liu, referindo-se ao ponto da declaração que disse que o lado árabe enfatiza a implementação das resoluções feitas na Cúpula Extraordinária Conjunta Árabe-Islâmica realizada em Riad em 11 de novembro de 2023, incluindo a quebra do bloqueio na Faixa de Gaza. permitir que a ajuda humanitária dos países árabes, islâmicos e da comunidade internacional entre imediatamente em toda a Faixa de Gaza por mar, terra e ar.
A declaração também menciona o apreço e o apoio dos países árabes à posição da China sobre a questão palestina, bem como o papel que a China desempenhou no fornecimento de ajuda humanitária, o que demonstra apoio mútuo entre os dois lados na questão palestina, disse Liu.
A declaração analisa as iniciativas de paz propostas pelos Estados árabes e as resoluções da ONU sobre a questão palestina. Ao revisar esses documentos históricos, a declaração ressalta o consenso e os esforços da comunidade internacional sobre a questão palestina e enfatiza que a resolução da questão palestina deve ser baseada em documentos da ONU para garantir uma solução justa e duradoura, disse Liu.
A declaração enfatiza a importância da solução de dois Estados e pede que Israel encerre sua ocupação de Jerusalém Oriental, das Colinas de Golã e de partes do Líbano, disseram analistas.
Liu disse que a declaração visa fornecer uma perspectiva abrangente e multidimensional para resolver a questão palestina, enfatizando a responsabilidade compartilhada da comunidade internacional para alcançar a paz e a estabilidade na região.
De acordo com a declaração conjunta, tanto a China quanto os países árabes enfatizam que a paz, a segurança e a estabilidade na região não podem ser alcançadas sem o fim da ocupação dos territórios do Estado palestino com Jerusalém Oriental como capital, a ocupação das Colinas de Golã da Síria e a ocupação de territórios do Líbano.
A declaração conjunta exorta a comunidade internacional a tomar medidas irreversíveis para promover a criação de um Estado palestiniano independente, alcançando uma solução política baseada no direito internacional e nas resoluções internacionais pertinentes.
Tanto a China como os países árabes reafirmam que a solução de dois Estados é a única forma realista de resolver a questão palestiniana. Eles pedem a rápida convocação de uma conferência internacional maior, mais autorizada e mais eficaz para iniciar um processo de paz autoritário baseado em princípios internacionalmente reconhecidos.