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23 maio 2024

China inicia exercícios militares perto de Taiwan como "punição" ao novo presidente

A China iniciou nesta quinta-feira (23) exercícios militares que devem durar dois dias "ao redor da ilha de Taiwan". A iniciativa foi anunciada por Pequim como uma "forte punição pelos atos separatistas" após a cerimônia de posse do novo presidente Lai Ching-te, rejeitado pelo regime chinês.


RFI

Classificado pela China como um "separatista perigoso", Lai Ching-te assumiu o cargo de presidente na segunda-feira (20). Em seu discurso, ele celebrou a democracia de Taiwan e fez um apelo para que a China "acabe com a intimidação política e militar".

China inicia exercícios militares perto de Taiwan como "punição" ao novo presidente © AFP - HANDOUT - CHINA'S PEOPLE'S LIBERATION ARMY

A China, que reivindica sua soberania sobre a ilha governada de maneira autônoma desde 1949 e nunca descartou a possibilidade recorrer à força para tomar o controle do território, denunciou as palavras de Lai como uma "confissão de independência".

As manobras começaram na manhã desta quinta-feira com o envio de aviões e navios militares para os "arredores da ilha de Taiwan". Segundo o Exército Popular de Libertação da China, o objetivo é testar as capacidades de combate.

"As forças de independência de Taiwan ficarão com as cabeças quebradas e sangue escorrendo", ameaçou o porta-voz da diplomacia chinesa, Wang Wenbin.

As autoridades taiwanesas responderam e mobilizaram suas forças marítimas, aéreas e terrestres. "Continuaremos defendendo os valores da liberdade e da democracia", afirmou o novo presidente. "Permanecerei na linha de frente com nossos irmãos e irmãs do Exército para defendermos juntos a segurança nacional", acrescentou.

Lai também anunciou que Taiwan "monitora os movimentos nas águas marítimas próximas" e vai defender "a soberania e a segurança do país com uma atitude firme".

Imagens divulgadas pela Guarda Costeira taiwanesa nas redes sociais mostram oficiais exigindo, por um alto-falante, que os navios chineses abandonem o local. "Seus movimentos afetam a ordem e a segurança do nosso país, recuem e saiam de nossas águas o mais rápido possível", afirma um deles.

"Interferência e provocação"


A agência oficial chinesa Xinhua indicou que os exercícios ocorrem "no Estreito de Taiwan, ao norte, ao sul e ao leste da ilha de Taiwan". Segundo o coronel Li Xi, porta-voz do Exército, as manobras representam uma "forte punição pelos atos separatistas das forças da 'independência de Taiwan' e um aviso contra a interferência e provocação por forças externas".

O professor e analista Zhang Chi, da Universidade Nacional de Defesa de Pequim, comentou no canal de televisão estatal CCTV que os exercícios pretendem "impor um bloqueio econômico à ilha, estrangulando" o porto de Kaohsiung, que tem um interesse estratégico para Taiwan.

Com este bloqueio, é possível cortar "as importações de energia vitais para Taiwan" e "bloquear o apoio que alguns aliados dos Estados Unidos fornecem às forças de 'independentistas de Taiwan'", reiterou o professor.

Deterioração nas relações


As relações entre Pequim e Taipé pioraram consideravelmente desde 2016, quando começou o governo da ex-presidente taiwanesa Tsai Ing-wen que, como seu sucessor Lai, é uma defensora veemente do modelo democrático da ilha. Pequim aumentou a pressão militar, diplomática e econômica contra a ilha de 23 milhões de habitantes que, embora tenha pouco reconhecimento internacional, conta com um governo, um Exército e uma moeda própria.

"A China sente claramente que precisa enviar uma mensagem muito forte a Lai e a todos que o apoiam", escreveu o analista Bill Bishop na sua influente newsletter Sinocism.

"Já esperávamos algo assim, sinceramente", reconheceu o subcomandante do Exército americano na região, o tenente-general Stephen Sklenka, em um evento em Canberra. "É preocupante", acrescentou.

Em agosto do ano passado, a China anunciou exercícios militares em resposta a uma escala do então vice-presidente Lai nos Estados Unidos durante uma viagem ao Paraguai. Meses antes, em abril, as Forças Armadas chinesas simularam um cerco à ilha após uma reunião de Tsai na Califórnia com o então presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, Kevin McCarthy.

Em 2022, a China também organizou grandes exercícios militares na região depois que a antecessora de McCarthy, Nancy Pelosi, visitou Taiwan.

Os acontecimentos nesta região podem ter consequências econômicas importantes: 70% da produção mundial de chips procede de Taiwan e mais de 50% dos contêineres de mercadorias atravessam o estreito que separa esta ilha da China continental.

(Com informações da AFP)

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