O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, aprovou que a Ucrânia utilize armas norte-americanas para atacar alvos dentro da Rússia que estavam a atacar a cidade ucraniana de Kharkiv, depois de Kiev ter pedido autorização a Washington nas últimas semanas, confirmou o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, na sexta-feira.
Por Humeyra Pamuk | Reuters
PRAGA - Falando em uma entrevista coletiva em Praga após uma reunião informal de ministros das Relações Exteriores da Otan, Blinken não disse especificamente se a autorização de Biden poderia se expandir para incluir outras cidades russas e alvos mais profundos dentro da Rússia.
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| O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, fala durante uma conferência de imprensa após uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO no Palácio Czernin, em Praga, República Checa, 31 de maio de 2024. Peter David Josek/Pool via REUTERS |
Ele disse que a medida de Washington, uma mudança marcante na política de Biden, que se recusou firmemente a permitir que a Ucrânia usasse armamento americano para ataques dentro da Rússia, foi resultado da estratégia dos EUA de se ajustar e se adaptar ao campo de batalha. Agora, disse ele, os EUA estão respondendo ao que viram na região de Kharkiv e em seus arredores.
"Nas últimas semanas, a Ucrânia nos procurou e pediu autorização para usar armas que estamos fornecendo para nos defender contra essa agressão, inclusive contra as forças russas que estão se concentrando no lado russo da fronteira e depois atacando a Ucrânia", disse Blinken.
"E isso foi direto para o presidente, e como vocês ouviram, ele aprovou o uso de nossas armas para esse fim. Daqui para frente, vamos continuar a fazer o que temos vindo a fazer, que é o necessário adaptar-nos e ajustar-nos", disse Blinken.
Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, fica a 19 milhas (30 km) da fronteira com a Rússia.
É a segunda vez neste ano que Biden relaxa discretamente sua política de fornecimento de armas para a Ucrânia. No início deste ano, ele se inclinou para os apelos para enviar mísseis de longo alcance conhecidos como ATACMS para Kiev.
Os EUA são o maior fornecedor de armas para a Ucrânia em sua batalha contra a invasão em grande escala lançada pelo presidente russo, Vladimir Putin, em fevereiro de 2022.
Autoridades dos EUA disseram na quinta-feira que a política dos EUA continuaria a proibir os militares ucranianos de usar ATACMS, que têm um alcance de até 186 milhas (300 km), e outras armas de longo alcance fornecidas pelos EUA para ataques profundos dentro da Rússia.
Reportagem adicional de Daphne Psaledakis e Doina Chiacu em Washington