Cinco pessoas continuam desaparecidas; menina de 12 anos está entre os mortos, segundo autoridades
Maria Kostenko, Svitlana Vlasova, Radina Gigova e Ivana Kottasová | CNN
Um ataque russo em uma megaloja em Kharkiv, na Ucrânia, no sábado (25) matou ao menos 18 pessoas, incluindo uma menina de 12 anos, disseram autoridades regionais. Este é o ataque mais mortal que a Ucrânia sofreu em várias semanas.
Rescaldo de um ataque russo a uma loja em Kharkiv, na Ucrânia |
Cinco pessoas continuam desaparecidas, pontuou Oleh Syniehubov, chefe da administração militar da região de Kharkiv, nesta segunda-feira (27). Ele informou que 48 pessoas ficaram feridas no ataque, sendo que quase 200 pessoas estavam na loja no momento do ataque.
Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, fica perto da fronteira com a Rússia. A região tem sofrido diversas ofensivas russos nas últimas semanas.
Imagens de câmeras de segurança do momento do ataque mostram a estrutura do edifício tremendo com o impacto. O local foi imediatamente envolvido por fumaça espessa e chamas.
O ministro do Interior da Ucrânia, Ihor Klymenko, destacou que as horas após o ataque foram “infernais” e agradeceu a todos que ajudaram a apagar os incêndios.
Fotografias do interior da loja mostram o prédio em completa ruína, com material queimado e paredes desabadas.
Morte de mãe e filha
A Universidade Católica Ucraniana identificou a menina de 12 anos morta como Maria Myronenko, ressaltando em uma postagem no Facebook que ela morreu no ataque ao lado de sua mãe, Iryna, que era estudante do instituto. O pai também ficou ferido e estava sendo tratado no hospital, ainda segundo a instituição.
Serhii Bolvinov, chefe do Departamento de Investigação da Polícia Regional de Kharkiv, afirmou que a família estava fazendo compras quando duas bombas explodiram.
A irmã mais velha de Maria, Nadiya, de 20 anos, não estava com eles no momento e só soube das mortes depois de encontrar o pai no hospital.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, denunciou a ação como um “ataque brutal”, dizendo que “a Rússia é governada por homens que querem torná-lo [ataque] uma norma – queimando vidas, destruindo cidades e aldeias, dividindo pessoas e apagando fronteiras nacionais através da guerra”.
Zelensky, que esteve na Espanha para uma visita oficial nesta segunda-feira (27), pediu os aliados da Ucrânia que forneçam mais defesas aéreas.
Acordo com a Espanha
Reunido com Zelensky em Madri, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, anunciou um novo acordo de armas no valor de um bilhão de euros para a Ucrânia que “visa reforçar os sistemas de defesa aérea” e proteger os cidadãos e infraestruturas ucranianos dos ataques da Rússia.
“Estamos enviando mísseis Patriot”, informou Sanchez, citando o sistema de defesa aérea construído pelos EUA.
“Estamos enviando outro lote de tanques Leopard e, acima de tudo, munições de que as tropas [ucranianas] precisam”, adicionou.
O presidente da Ucrânia deveria visitar a Espanha no início deste mês, mas adiou a viagem devido à ofensiva da Rússia em torno de Kharkiv e outras partes do país. Essa ofensiva parece estar em andamento, com Kharkiv sofrendo ataques intensos diariamente.
Os Estados Unidos anunciaram na sexta-feira (24) que vão enviar US$ 275 milhões em assistência militar à Ucrânia como parte dos “esforços para ajudar a Ucrânia a repelir o ataque da Rússia perto de Kharkiv”, segundo o secretário de Estado Antony Blinken.
O principal diplomata dos EUA disse que a nova parcela de assistência “contém suprimentos urgentemente necessários” para as tropas ucranianas enquanto lutam para conter os avanços da Rússia em direção à importante cidade do nordeste.