O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, reuniu-se com o presidente chinês, Xi Jinping, na sexta-feira (26), como parte de uma visita de três dias à China – marcada pelas tensas relações diplomáticas entre Washington e a crescente potência asiática.
Sputnik
A China tem "vantagem sobre a América em muitos campos", o que aumenta as tensões entre os dois países, disse à Sputnik Francesco Sisci, especialista, autor e colunista da China baseado em Pequim.
A vantagem de Pequim sobre Washington reside em "possuir, até agora, a única capacidade de produção abrangente do mundo", observou.
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"A China pode produzir qualquer coisa sem ir para outros países", disse Sisci. "Nenhum outro país é tão autossuficiente industrialmente, por assim dizer. Portanto, esta é uma grande vantagem em tempos de grande competição."
O analista acrescentou que o tempo mostrará se os EUA, que "tenta restaurar sua capacidade industrial", será capaz de fazê-lo "em uma capacidade semelhante à da China".
Em meio a esforços para isolar a Rússia a nível global, uma sucessão de líderes dos EUA visitou recentemente a China. Irritada com os fortes laços entre Moscou e Pequim, a secretária do Tesouro norte-americana, Janet Yellen, foi a China dar lições sobre comércio.
Agora foi a vez de Blinken se dirigir à potência asiática. Na sexta-feira, como parte da sua visita de três dias à China, o oficial dos EUA regurgitou afirmações de "práticas comerciais injustas" por parte da China e a possibilidade de os EUA e outros mercados serem inundados com produtos chineses.
A administração Biden tem alimentado uma lista de queixas contra a China, que vão desde a continuidade do seu comércio com a Rússia à medida que a crise ucraniana continua, até ao domínio de Pequim no desenvolvimento de veículos elétricos e outras áreas.
As autoridades norte-americanas visitantes alternam a sua retórica entre a tentativa de estabilizar ainda mais as relações econômicas e comerciais com acusações de práticas comerciais injustas e de "superprodução".
Na verdade, a China tem "excesso de capacidade", para usar as palavras de Yellen, "em muitos campos inovadores, por exemplo, novas energias, baterias, painéis solares, alguns tipos de chips que são produzidos quase exclusivamente na China", observou Sisci. "Ter essas capacidades industriais em outros países é possível, mas exigirá tempo."