Uma proposta dos Estados Unidos de usar os juros futuros de cerca de 300 bilhões de dólares em ativos russos congelados para ajudar a Ucrânia, em vez de confiscá-los, está ganhando força entre os países do G7, disseram duas autoridades do grupo.
Por Andrea Shalal | Reuters
WASHINGTON - A garantia dos juros obtidos sobre os ativos russos congelados, que chegariam a cerca de 5 bilhões de dólares por ano, está surgindo como uma das opções favoritas para superar as diferenças entre os EUA e a Europa antes da cúpula dos líderes do G7 na Itália, em junho.
Reunião do G7 em Tóquio 8/11/2023 REUTERS/Jonathan Ernst |
No entanto, os membros do G7 ainda estão discutindo sobre certas "retenções" que reduziriam esses lucros para apenas 2,5 bilhões a 3 bilhões de dólares, disse uma das autoridades, apontando para a alíquota tributária de 25% da Bélgica, uma "taxa de conveniência" aplicada pelo depositário Euroclear e uma reserva de litígio proposta.
Os ministros das Finanças do G7 revisitarão a questão em uma reunião no final de maio, com o objetivo de chegar a uma proposta para apresentar aos líderes na cúpula de junho, disseram as autoridades.
"Temos um senso de urgência para construir um consenso internacional", disse a autoridade. "Todos reconhecem que precisamos fazer mais."
Uma segunda autoridade do G7 concordou com essa posição, ressaltando a necessidade de garantir um fluxo de financiamento de longo prazo para a Ucrânia.
Uma autoridade sênior dos EUA disse que a aprovação pelo Congresso de cerca de 61 bilhões de dólares em ajuda para a Ucrânia e um pacote separado de 50 bilhões de euros da União Europeia ajudarão Kiev, mas o aliado ainda enfrenta lacunas de financiamento em 2025 e 2026.
Washington continua insistindo que todas as opções - incluindo a apreensão total dos ativos russos - são justificadas pelo direito internacional e devem permanecer sobre a mesa, mas quer construir um consenso em torno de uma ideia que pode ajudar a Ucrânia agora, disse a autoridade.
O G7 é formado por EUA, Canadá, Japão, Reino Unido, França, Alemanha e Itália.
A mudança de Washington no sentido de se concentrar nos juros dos ativos ocorre depois que seu esforço para confiscar os ativos encontrou resistência maciça de França, Alemanha e do Banco Central Europeu, que temem que o euro possa ser afetado se outros países, como a China, começarem a repatriar suas reservas como precaução contra seu possível confisco no futuro.