Especialistas sul-coreanos consultados pela Sputnik ressaltaram a eficácia dos mísseis hipersônicos iranianos em superar as defesas antimísseis de Israel. No domingo (14), as Forças Armadas do Irã atacaram alvos militares de Israel e nem todos os projéteis foram interceptados.
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Por outro lado, as autoridades israelenses afirmam que interceptaram mais de 99% dos mísseis e drones utilizados pelo Irã.
Kim Dong Yup, especialista em programas de mísseis da Coreia do Norte e professor associado da Universidade de Estudos Norte-Coreanos, em Seul, destacou que se as afirmações iranianas forem verdadeiras, isso evidencia as limitações do sistema de defesa antimísseis de Israel.
Segundo ele, a alta densidade de objetos de defesa no sistema israelense sugere que o Irã, de forma deliberada, visou principalmente unidades militares para testar a capacidade de interceptação desses mísseis.
Por outro lado, Yang Wook, pesquisador do Instituto Asan para Estudos Políticos, pediu cautela na interpretação dos eventos, salientando que ainda não está claro se a falha na interceptação deveu-se à incapacidade do sistema ou a uma estratégia deliberada de preservar recursos para proteger áreas civis.
Vale ressaltar que o sistema de defesa antimísseis Cúpula de Ferro, de Israel, não foi concebido para agir contra mísseis balísticos, função essa atribuída ao sistema Strela.
Portanto, conclusões precipitadas sobre o desempenho da Cúpula de Ferro contra mísseis hipersônicos podem ser enganosas, como observou Yang Wook.
Ambos os especialistas concordaram que os mísseis hipersônicos representam uma ameaça significativa para os sistemas de defesa antimísseis existentes.
No entanto, afirmar que o Irã ou a Coreia do Norte possuem sistemas em seus arsenais capazes de facilmente superar esses sistemas é prematuro.
Pyongyang recentemente anunciou testes bem-sucedidos de um míssil hipersônico, mas os especialistas enfatizaram que ainda há desafios a serem superados antes que tais tecnologias sejam totalmente dominadas.
Kim Dong Yup ressaltou que embora os mísseis desenvolvidos pelo Norte tenham um alcance de cerca de 4 mil quilômetros, o voo hipersônico é limitado a apenas 400 quilômetros, o que sugere que esses sistemas não representam uma ameaça direta à Coreia do Sul.
Em termos de defesa contra mísseis hipersônicos, Seul ainda está em processo de desenvolvimento de sistemas adequados.
O sistema LAMD, capaz de abater alvos que voam baixo, está em desenvolvimento, enquanto outros sistemas vão sendo testados.
No entanto, como observado por Yang Wook, ainda levará tempo até que a Coreia do Sul esteja plenamente preparada para enfrentar tais armamentos.