O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, disse nesta sexta-feira que deseja cooperar com a Coreia do Sul e as Filipinas, aliados compartilhados com os Estados Unidos, e até mesmo se envolver com a Coreia do Norte para promover a segurança regional.
Por Yukiko Toyoda e Sakura Murakami | Reuters
TÓQUIO - "O atual ambiente de segurança é difícil e complexo, e estamos em um momento decisivo da história", disse Kishida em uma coletiva de imprensa. "A cooperação entre o Japão e os Estados Unidos e países com ideias semelhantes é uma questão muito importante", acrescentou.
Premiê japonês Fumio Kishida em Tóquio 5/4/2024 REUTERS/Kim Kyung-Hoon |
O premiê japonês falou antes de uma cúpula planejada para a próxima semana com o presidente dos EUA, Joe Biden, à medida que os aliados procuram maneiras de combater a crescente influência da China na Ásia e impedi-la de recorrer à ação militar para resolver suas disputas na região.
A visita de Estado a Washington, a primeira de um líder japonês em nove anos, tem o objetivo de mostrar seus estreitos laços econômicos e de segurança, com a expectativa de que os dois líderes discutam a cooperação em equipamentos de defesa e uma possível atualização da estrutura de comando militar dos EUA no Japão.
A reunião será seguida por uma cúpula trilateral com o presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr.
"A estreita cooperação entre o Japão, os EUA e as Filipinas é crucial para uma ordem livre e aberta baseada no estado de direito e para a prosperidade econômica na região", disse Kishida.
No ano passado, o Japão entregou quatro radares de defesa aérea às Filipinas e está negociando um acordo de acesso recíproco com Manila, o que facilitaria o treinamento das tropas japonesas no país.
Uma reunião trilateral separada entre Kishida, Biden e o presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol no ano passado ajudou Tóquio a consertar as relações com Seul e a reforçar a cooperação em segurança.
Kishida disse que também está disposto a se reunir com o líder norte-coreano Kim Jong-un "sem nenhuma pré-condição" em uma tentativa de melhorar as relações tensas.
"O estabelecimento de um relacionamento frutífero não só beneficiará o Japão e a Coreia do Norte, mas também contribuirá muito para a paz e a estabilidade na região", disse Kishida.