Israel disse que aprovou a reabertura da passagem de Erez para o norte de Gaza e o uso temporário do porto de Ashdod, no sul do país, seguindo as exigências dos Estados Unidos de elevar o fornecimento de ajuda humanitária para Gaza.
Por James Mackenzie | Reuters
JERUSALÉM - Durante telefonema com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na quinta-feira, o presidente dos EUA, Joe Biden, exigiu medidas "específicas e concretas" para aliviar a crise humanitária em Gaza, dizendo que poderiam ser impostas condições ao apoio norte-americano se Israel não respondesse.
Porto de Ashdod em Israel 5/4/2024 REUTERS/Hannah McKay |
A crescente pressão sobre Israel ocorreu após a morte de sete trabalhadores humanitários em um ataque israelense na segunda-feira, o que desencadeou uma indignação global com os contínuos problemas de fornecimento de ajuda ao enclave.
Uma reunião do gabinete de segurança de Israel na quinta-feira aprovou medidas imediatas para aumentar a ajuda humanitária à população civil em Gaza, segundo um comunicado.
Além de reabrir o ponto de passagem de Erez, que está fechado desde que foi destruído durante o ataque do grupo militante palestino Hamas a Israel em 7 de outubro, o gabinete de segurança também aprovou o aumento da ajuda vinda da Jordânia por meio do ponto de passagem de Kerem Shalom, informou o comunicado.
A medida foi bem recebida pelo secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, que disse que o impacto da medida teria que ser medido ao se evidenciar uma situação melhor em Gaza, onde as agências de ajuda humanitária têm alertado sobre um risco crescente de fome.
"Na verdade, a prova está nos resultados, e nós os veremos nos próximos dias, nas próximas semanas", disse Blinken, falando ao lado de líderes da União Europeia na Bélgica.
A decisão de reabrir a passagem de Erez, o principal ponto de passagem de Israel para o norte de Gaza antes da guerra, representou uma grande mudança depois que as autoridades israelenses rejeitaram anteriormente os pedidos de abertura de mais pontos de entrada em Gaza.
A UNRWA, a principal agência de ajuda da Organização das Nações Unidas (ONU) em Gaza, também saudou a reabertura das passagens, mas disse que Israel precisa fazer mais.
"Apelamos às autoridades israelenses para que revertam a decisão que proíbe a UNRWA de chegar ao norte de Gaza com suprimentos de alimentos", disse a agência em um comunicado.
No mês passado, a agência disse ter sido informada que Israel não aprovaria mais comboios de alimentos para o norte, onde a crise humanitária é mais aguda.
Israel tem enfrentado crescente pressão internacional para fazer mais para ajudar os civis em Gaza, onde a maioria da população foi expulsa de suas casas e agora depende de ajuda para sobreviver.