Nesta semana, duas aeronaves fizeram pousos forçados, em São Paulo e em Mato Grosso, após suspeita de tráfico de drogas. Brasil tem mecanismos de última geração que identificam situações criminosas.
Por Mara Puljiz | TV Globo
Nesta semana, a Força Aérea Brasileira (FAB) interceptou, pelo menos, duas aeronaves que tentavam se esconder da fiscalização. Uma delas, foi em São Paulo, vinha do Paraguai transportando 565 kg de cocaína.
Aeronave da FAB com radar — Foto: Agência Força Aérea |
A outra, suspeita de tráfico de drogas, saiu da Bolívia e fez pouso forçado em Mato Grosso.
Segundo a FAB, um dos artifícios usados pelos criminosos para não serem pegos é se esconder da fiscalização com voos muito baixos ou próximos a morros. O Brasil tem mecanismos de última geração, como radares, que identificam aeronaves suspeitas mesmo nessas condições.
Uma das ferramentas é o radar que fica acoplado na parte de cima da aeronave E-99. De acordo com a FAB, esse modelo, que é móvel e capaz de atuar de modo autônomo, é um ponto forte nesse tipo de fiscalização.
"São sistemas aeroembarcados que facilitam o gerenciamento do voo. Agora, uma vez que temos aeronaves com radares embarcados e que conseguem enxergar de cima pra baixo, isso é um grande diferencial e, novamente, é um diferencial que existe no Brasil, existe na FAB e é um diferencial em relação aos demais países da América do Sul", diz o vice-chefe do Centro de Conjunto de Operações Aeroespaciais da FAB, coronel Leonardo Mangrich.
De novembro do ano passado até agora, a Força Aérea Brasileira identificou 12.880 tráfegos aéreos em regiões que fazem fronteira com outros países. A FAB não informou o número de aeronaves com carga ilícita que tentaram entrar no Brasil por se tratar de "um dado sensível", mas afirma que tem aprimorado os métodos de fiscalização.
"A Força Aérea ela sempre busca a inovação, ela sempre busca melhorar os seus processos. Ela sempre está em um processo de reanálise. Buscamos as últimas tecnologias, inovar, automatizar os nossos processos, os nossos modelos, de maneira que possamos reduzir o nosso tempo de resposta e com a máxima eficiência", conta Mangrich.
Interceptações
Na última terça-feira (9), um voo foi interceptado. A aeronave CESNA-182, vinda do Paraguai, invadiu o espaço aéreo brasileiro pela fronteira do Paraná.
O piloto não obedeceu às ordens e fez um pouso forçado em uma plantação de laranja em Santa Cruz do Rio Pardo, em São Paulo.
"Aeronave interceptada, papa tango, charlie, papa, romeu. Aqui é o interceptador.. . por determinação da defesa aérea sua aeronave deverá efetuar pouso obrigatório no aeródromo de Londrina", diz piloto da FAB.
Após o pouso forçado, a aeronave ficou destruída. No local, a Polícia Federal apreendeu meia tonelada de pasta base de cocaína e prendeu o piloto.
Na quarta-feira (10), uma aeronave foi interceptada nas proximidades de Rondônia. O avião, suspeito de tráfico de drogas, veio da Bolívia. O país é um dos principais produtores de cocaína no mundo.
O piloto fez um pouso forçado em Rondolândia, a 1,6 mil km de Cuiabá, no Mato Grosso. A aeronave pegou fogo.
Em janeiro deste ano, uma aeronave não autorizada sobrevoou uma área próxima a terra indígena Yanomami, a cerca de 110 km de Boa Vista em Roraima. A região faz fronteira com a Venezuela.
O piloto não mudou a rota como ordenou o comando de operações aéreas e foi advertido.
"Aeronave interceptada , aqui é o interceptador a sua aeronave está sendo interceptada para verificação de alguns dados de voo. Por determinação da defesa área, a sua rota será modificada. Curve a direita PROA 095º", diz a FAB.
"A fim de alertá-lo para o cumprimento da determinação da defesa aérea serão disparados duas rajadas de tiro de aviso".