Jacarta será equipada com duas unidades do novo Scorpène Evolved Full LiB, caracterizado por sua operação com baterias de íons de lítio
Ginés Soriano | InfoDefensa
Espanha - A França conquistou o contrato de submarinos indonésio para o qual há dois anos a sua empresa semi-pública Naval Group se aliou à empresa local PT PAL, através de um acordo de parceria estratégica (SPA). Finalmente, as autoridades de compras militares do país asiático escolheram essas duas empresas para adquirir dois Scorpène Evolved Full LiB. Os novos submarinos serão construídos localmente pela PT PAL, graças à transferência de tecnologia proporcionada pelo Grupo Naval. Destes, destaca-se sua operação com baterias de íons de lítio.
Com esta escolha, é dado "um novo passo na parceria estratégica com a Indonésia", segundo a empresa francesa. A França já obteve um acordo com o mesmo país no início de 2022 para lhe fornecer 42 caças Rafale, como parte de uma mudança de estratégia nas alianças de Paris na região após a suspensão, em setembro de 2021, de um acordo para a venda de submarinos à Austrália, que finalmente o substituiu por uma nova aliança com os Estados Unidos e o Reino Unido (Aukus).
A compra do Rafale pela Indonésia foi conseguida precisamente depois de Washington se ter recusado a fornecer caças F-35 a Jacarta. Durante o anúncio desta operação, o interesse indonésio na possível compra de dois Scorpene da França já foi revelado.
As informações fornecidas pelo Naval Group destacam que a nova ordem faz parte do Acordo de Cooperação em Defesa assinado entre os governos da França e da Indonésia em agosto de 2021.
"Testado no mar"
O presidente e CEO do Grupo Naval, Pierre Éric Pommellet, explica que, "além dos submarinos", de um modelo que descreve como "de alto desempenho comprovado no mar", a parceria estratégica com a PT PAL "também apoiará a indústria de defesa da Indonésia a preparar ativamente o futuro da guerra naval no país".
Por seu lado, o CEO da PT PAL manifestou-se confiante de que, graças a este acordo, "no futuro a Indonésia será capaz de dominar a tecnologia submarina".
O modelo Scorpène Evolved é, segundo o fabricante, "um submarino de ataque de alto desempenho equipado com um sistema de energia de última geração". Seu projeto, acrescenta, é o de um submarino oceânico também projetado para operações em águas rasas. Também o descreve como "versátil", capaz de cumprir "todo o escopo de missões como guerra anti-superfície e antissubmarino, operações especiais e coleta de inteligência". Ele destaca que é "extremamente furtivo e rápido". Além disso, "tem um nível de automação operacional que permite um número limitado de tripulantes, o que reduz significativamente seus custos operacionais. Sua vantagem de combate é destacada pelo fato de ter seis "tubos de lançamento de armas" e estar equipado com 18 armas, incluindo torpedos, mísseis.
"Sistema energético de última geração"
Os Scorpène estão equipados com o sistema de combate de última geração, Subtics, "que aborda os desafios crescentes das missões submarinas modernas em águas azuis e rasas em todo o escopo da guerra submarina".
A variante indonésia será equipada com "um sistema de energia de última geração baseado em uma configuração completa de íons de lítio que engloba os mais altos padrões de segurança e permite uma maior gama de energia útil, uma melhor taxa de indiscrição e um tempo de carregamento reduzido". Graças a esta tecnologia, especifica a fonte, terão "alta velocidade independentemente do estado de carga, aumentando a mobilidade tática do submarino".
Além desses dois futuros submarinos indonésios, o modelo Scorpene já conta com outras 14 unidades projetadas e adaptadas pelo Grupo Naval para o mercado de exportação, que estão em serviço operacional ou em construção em diferentes partes do mundo: duas para a Marinha do Chile, duas para a Marinha da Malásia, quatro para a Marinha do Brasil e seis para a Marinha da Índia.
Antiga associação com Espanha
As popas das unidades chilenas, as primeiras a serem construídas, foram fabricadas na Espanha, onde também foi montado um dos navios, em virtude da associação que as indústrias navais da França e da Espanha mantinham em torno desses submarinos na época, e que mais tarde se rompeu.
Cada Scorpène Evolved indonésio terá um deslocamento de 1.600 a 2.000 toneladas e um deslocamento de 72 metros. Sua velocidade de mergulho chegará a 20 nós e poderá descer até 300 nós. Sua autonomia pode chegar a 80 dias, e eles poderão permanecer submersos por 12 dias. No total, estima-se que tenham uma disponibilidade operacional no mar de 240 dias por ano. A tripulação necessária será de 31 pessoas, equipadas com seis tubos de armas, 18 armas no total e o sistema de gerenciamento de combate Subtics.