Ministro das Relações Exteriores do Irã disse que as operações têm o "objetivo de defesa legítima e punição do regime israelense".
Por g1
Estados Unidos, Reino Unido e a França ajudaram Israel a combater o ataque de mísseis e drones do Irã no sábado (13). A Jordânia, um país árabe, também atuou — mas diz que fez isso em defesa própria.
Imagens mostram jatos interceptando e destruindo drones e mísseis lançados pelo Irã |
O ataque iraniano foi em reação a um bombardeio israelense contra a embaixada do Irã na Síria em 1º de abril. Desde então, o Irã prometia uma resposta contra Israel. Foram lançados mais de 300 projeteis contra o território israelense, segundo o Exército local.
Veja a participação de cada um:
Estados Unidos
O Comando Central (Centcom) dos Estados Unidos informou no domingo (14), na rede social X (ex-Twitter), ter destruído 80 drones e pelo menos seis mísseis balísticos vindos do Irã e do Iêmen. No Iêmen ficam os Houthis, grupo rebelde aliado do Irã.
França
As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) informaram que a França esteve envolvida na ajuda a combater os ataques iranianos. Segundo o Wall Street Journal, navios e caças franceses atuaram no sábado. Daniel Hagari, porta-voz da IDF, disse no domingo (14) que não tinha detalhes de como foi a participação francesa. "A França tem uma tecnologia muito boa, caças, radares, e sei que estavam contribuindo para patrulhar o espaço aéreo."
Também no domingo, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, em um post no X, agradeceu o apoio da França.
Reino Unido
O Ministério da Defesa do Reino Unido disse ter enviado caças da Força Aérea Real britânica e aviões-tanque de reabastecimento para apoiar Israel, sem dar detalhes. "Esses caças interceptarão quaisquer ataques aéreos dentro do alcance de nossas missões existentes", disse. Katz, ministro das Relações de Israel, também agradeceu o apoio do Reino Unido.
Jordânia
A Jordânia , um país árabe, disse ter atuado para derrubar os mísseis iranianos porque havia risco de que os ataques caíssem sobre seu território, informou o governo em comunicado. Ou seja: a intenção oficialmente não foi a de ajudar Israel. "Houve uma avaliação de que havia um perigo real de mísseis iranianos caírem sobre a Jordânia, e as forças armadas lidaram com esse perigo. E se esse perigo viesse de Israel, a Jordânia tomaria a mesma ação", disse o ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Ayman al-Safadi, em entrevista à televisão estatal Al-Mamlaka.
Segundo a Reuters, autoridades da área de inteligência dos Estados Unidos disseram que a Jordânia atuaram em drones iranianos que vieram do Iraque em direção a Israel.
Ainda de acordo com a Reuters, o rei Abdullah da Jordânia disse ao presidente dos EUA, Joe Biden, em ligação telefônica no domingo que a Jordânia "não será uma arena para um guerra regional", acrescentando que qualquer "escalada por parte de Israel só iria ampliar o círculo de conflito", de acordo com a estatal Al-Mamlaka.
A Jordânia é vizinha da Síria e do Iraque, ambos países aliados do Irã, e também estão próximos a Israel.
Ataque inédito
Israel foi alvo de um ataque inédito do Irã. Mais de 300 artefatos, incluindo drones e mísseis, foram lançados contra o país.
As Forças de Defesa de Israel afirmaram que conseguiram interceptar 99% dos artefatos lançados. Entretanto, a mídia iraniana disse que mísseis conseguiram furar a proteção israelense.
No domingo (14), o Conselho de Segurança da ONU se reúne para falar sobre o bombardeio.
O Irã disse que avisou os países vizinhos sobre o ataque 72 horas antes. Os EUA negam que foram avisados.
A ofensiva do Irã é uma retaliação ao ataque israelense contra a embaixada iraniana na Síria no início do mês -- entenda a cronologia do caso.
Rivais de longa data, Israel e Irã travam um duelo sangrento cuja intensidade varia conforme o momento geopolítico. Teerã é contra a existência de Israel, que, por sua vez, acusa o país inimigo de, movido pelo antissemitismo, financiar grupos terroristas. Com a guerra em Gaza, a situação só piorou.
Militares do Irã ameaçaram uma ofensiva ainda maior se Israel contra-atacar. O governo iraniano também disse que pode atingir bases dos Estados Unidos caso Washington apoie uma retaliação israelense.