O ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi, acusou neste sábado (20) a aliança militar Aukus, formada por Austrália, Reino Unido e Estados Unidos, de causar divisões e fomentar a proliferação nuclear na região.
France Presse
Durante sua visita à Papua-Nova Guiné, aliada da Austrália, com quem Pequim busca fortalecer laços, Wang Yi criticou o acordo Aukus, que prevê o fornecimento de submarinos de propulsão nuclear por parte de Londres e Washington, mas equipados com armas convencionais.
Ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, durante entrevista coletiva em Papua Nova Guiné, em 20 de abril de 2024© Andrew KUTAN |
O projeto é "contrário" ao tratado do Pacífico Sul, que proíbe armas nucleares na região e, por isso, a decisão "apresenta sérios riscos de proliferação nuclear", declarou o ministro após uma reunião com seu homólogo, Justin Tkatchenko.
Há anos, a China tem tentado contrabalançar pouco a pouco a influência dos Estados Unidos e da Austrália na região do Pacífico Sul.
As ilhas da região têm uma pequena população, mas são ricas em recursos naturais e, principalmente, estão localizadas em rotas marítimas estratégicas, algumas das quais poderiam ser cruciais em caso de confronto militar com Taiwan.
O acordo Aukus, oficializado no ano passado entre os três países, tem como objetivo conter a expansão militar da China no Pacífico.
A união anunciou em 9 de abril que "estava considerando cooperar" com o Japão.
"A recente tentativa de incluir mais países nesta iniciativa, que só serve para aumentar o confronto entre blocos e provocar divisões, é totalmente contrária às necessidades urgentes dos países insulares" do Pacífico, criticou o ministro chinês neste sábado.