A Stella Tecnologia vai apresentar amanhã, na LAAD Security & Defence, a sua mais recente novidade, o Atobá XR. A feira acontece de 2 a 4 de abril no Expo Transamérica, em São Paulo.
Por João Paulo Moralez | Tecnologia & Defesa
A empresa, que é 100% nacional e que cada vez mais tem ganhado espaço com soluções de ponta e inovações no setor, tem sede no Rio de Janeiro e é dona de uma carteira interessante de produtos como o Condor; o Albatroz, desenvolvido para operações embarcadas; e o Atobá, que é o maior VANT já desenvolvido na América Latina.
O Atobá, maior VANT da empresa até o Atobá XR |
Numa entrevista exclusiva para a revista Tecnologia & Defesa, Gilberto Buffara, CEO da Stella Tecnologia, comentou sobre a mais recente novidade da empresa.
“Estamos trabalhando no Atobá XR, que é três vezes maior que o Atobá. Ele terá 300kg de carga paga e peso total de 1.400kg utilizando um motor à pistão Rotax 116 de 160hp de potência. Para não ficar dependente deste motor, também vamos buscar uma alternativa nacional, mas isso estará atrelado ao desenvolvimento de um projeto. De envergadura, serão 17 metros, e outros 9 metros de comprimento. É um projeto bem grandioso mesmo”.
O Atobá XR terá versões otimizadas para três missões: reconhecimento, patrulha e ataque, com autonomia de 35 horas, 30 horas e 12 horas, respectivamente. A velocidade de cruzeiro é de 370km/h. O sistema de comunicação inclui datalink da Hensoldt e também a integração de um link satelital.
“Na variante de reconhecimento estamos projetando o uso do multisensor multiespectral Argos 2 da Hensoldt que é full HD e pesa 52kg”, disse Buffara.
O sensor possui câmera termal Middle Wavelength Infrared com 16x de zoom óptico e 130x zoom digital; câmera convencional com capacidade de observação em ambiente com pouca luminosidade e imagem colorida ou por infravermelho; laser rangefinder com 20km de alcance dentre outros.
A versão de patrulha vai incluir um radar PrecISR 1000 que fornece imagem SAR com mapeamento de área, alcance de até 370km, peso de 58kg, 360º de cobertura, antena de varredura eletrônica ativa (AESA) de 73x30cm que trabalha na banda X e com transmissores em nitreto de gálio.
Por fim, a versão de ataque terá o radar PrecISR e um sistema de armas que pode incluir tipos convencionais e guiados.
“Poderemos integrar armamentos de vários fornecedores no Atobá XR, inclusive de empresas nacionais, limitado a 300kg. Estamos buscando o desenvolvimento de uma bomba planadora guiada por GPS e designação laser. E assim como o motor e os armamentos, os sistemas embarcados de sensores e radar não necessariamente precisam ser da Hensoldt. Nós adotamos essa solução, mas o nosso objetivo é poder integrar outras soluções que o VANT permitir”, explicou Buffara.
A estrutura será de fibra de carbono e de vidro, sendo a segunda usada em locais onde há necessidade de baixa resistência de elétrica para não interferir nas comunicações.
“O projeto já está em desenvolvimento na parte de engenharia, estamos adiantados nesse sentido. Assim que tivermos a verba disponibilizada, seja via recursos de pesquisa ou governamental, o prazo de produção do primeiro exemplar são 18 meses, aproximadamente”, conclui Buffara.