Segundo o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, a retirada de Khan Yunis aconteceu "para preparar missões futuras, inclusive, em Rafah". O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que Israel está "a um passo da vitória". Israel agora se prepara nesta segunda-feira (8) para iniciar operações militares em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, onde a maioria da população do enclave buscou refúgio após seis meses de guerra.
RFI
No Cairo, as negociações para obter uma trégua registraram "progressos significativos" e continuarão nos próximos dias, de acordo com o canal de televisão egípcio Al-Qahera, próximo do governo do país.
Palestinos carregam ajuda humanitária em Gaza, em imagem de 3 de abril de 2024. REUTERS - Mahmoud Issa |
Mas, de acordo com informações da agência Reuters, um responsável do Hamas garante que não houve avanços nas discussões, já que Israel não cede na questão que envolve sua ocupação dos territórios palestinos.
"Israel está pronto para um acordo, Israel não está pronto para se render", afirmou Netanyahu a seu gabinete. Ele acrescentou que "não haverá trégua sem o retorno dos reféns".
O premiê israelense enfrenta uma pressão cada vez mais intensa dos EUA, o principal fornecedor de armas e apoio político ao país do Oriente Médio, para acabar com a guerra e melhorar a situação humanitária.
A pressão aumentou desde 1º de abril, quando sete trabalhadores humanitários da ONG World Central Kitchen morreram em um ataque israelense com drones. Grandes faixas de território de Gaza foram reduzidas a escombros, com danos à infraestrutura calculados em US$ 18,5 bilhões, segundo o Banco Mundial.
Várias ONGs acusam Israel de bloquear a entrega de ajuda, mas o país defende suas ações e acusa as organizações de falta de capacidade para distribuir a ajuda quando ela chega em Gaza.
"A negação das necessidades básicas – alimentos, combustível, saúde, abrigo, segurança – é desumana e intolerável", escreveu o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, na rede social X.
O governo dos Estados Unidos, principal aliado do país, exigiu na semana passada um acordo de cessar-fogo e a libertação dos reféns, assim como o aumento da entrega de ajuda humanitária.
Pressão internacional
A guerra em Gaza começou em 7 de outubro, quando o Hamas invadiu o sul de Israel e matou 1.170 pessoas, a maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses. Entre os mortos estavam mais de 300 militares.
A ofensiva aérea e terrestre efetuada por Israel em resposta deixou 33.175 mortos em Gaza, de acordo com o balanço mais recente do Ministério da Saúde do território palestino, governado pelo Hamas desde 2007.
Os combatentes palestinos também sequestraram 250 pessoas. Entre elas, 129 ainda estão presas em Gaza, incluindo 34 que as autoridades israelenses acreditam que foram mortas.
Homenagem a reféns israelenses
Dezenas de pessoas se reuniram no domingo no local em que aconteceu o festival de música Nova para homenagear os jovens que morreram no evento ou foram sequestrados no dia 7 de outubro. Um total de 364 pessoas morreram no festival.
Em Jerusalém, milhares de pessoas organizaram um protesto diante do Parlamento para exigir o retorno dos reféns. Ao mesmo tempo, a guerra em Gaza aumentou os temores de um conflito regional.
Um conselheiro do líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, alertou no domingo que as embaixadas israelenses "não estão seguras", após um ataque na Síria, que o governo iraniano atribui a Israel, que matou sete membros da Guarda Revolucionária.
O ministro israelense da Defesa respondeu no domingo que o Exército "concluiu os preparativos para responder a qualquer cenário que possa surgir em relação ao Irã".
Os rebeldes huthi do Iêmen, apoiados pelo Irã, anunciaram que atacaram um navio britânico e dois navios israelenses perto da costa iemenita.
Os rebeldes executaram dezenas de ataques com mísseis e drones no Mar Vermelho e no Golfo de Aden desde novembro, o que provocou ataques de retaliação dos Estados Unidos contra alvos huthi no Iêmen.
(Com informações da AFP)
Os rebeldes executaram dezenas de ataques com mísseis e drones no Mar Vermelho e no Golfo de Aden desde novembro, o que provocou ataques de retaliação dos Estados Unidos contra alvos huthi no Iêmen.
(Com informações da AFP)