Com apoio incondicional do Ocidente, Israel realiza massacres em Gaza e na Cisjordânia, diz Recep Tayyip Erdogan
Gozde Bayar e Zehra Nur Duz | Agência Anadolu
ANCARA - Ao matar mais de 14.000 crianças inocentes em Gaza, Israel já superou o líder nazista Adolf Hitler, disse o presidente turco nesta quarta-feira.
Com o apoio incondicional do Ocidente, Israel está realizando massacres que são marcas de vergonha na história da humanidade, tanto em Gaza quanto na Cisjordânia, disse Recep Tayyip Erdogan em uma reunião do grupo do Partido Justiça e Desenvolvimento (AK) no Parlamento turco.
Dizendo que ninguém pode questionar a sensibilidade de Türkiye para a questão palestina, Erdogan acrescentou que a causa palestina deu um novo significado à sua vida.
"Enquanto Deus me conceder a vida, continuarei a defender a luta da Palestina e serei a voz do povo palestino oprimido", acrescentou Erdogan.
Comparando a luta do grupo de resistência palestiniano Hamas à Guerra da Independência turca há mais de 100 anos, Erdogan disse: "Estamos bem cientes de que há um preço a pagar por dizer isto".
Erdogan contou que há 15 anos, no Fórum Econômico Mundial de 2009, em Davos, na Suíça, desafiou a liderança israelense e sua opressão aos palestinos, em um encontro que viralizou, ao se opor: "Um minuto!".
"Quando ninguém mais falava, nos levantamos e dissemos: 'O Hamas não é uma organização terrorista, mas um grupo de resistência'. Apresentamos mapas na ONU mostrando como Israel ocupou gradualmente as terras da Palestina nos últimos 70 anos", acrescentou.
"Apoiamos nossos irmãos e irmãs palestinos em todos os sentidos, especialmente durante os momentos mais difíceis. Mobilizamos todos os nossos recursos para a Palestina, para o povo oprimido de Gaza", enfatizou Erdogan.
Erdogan reiterou a determinação de Türkiye em defender corajosamente a luta pela independência da Palestina em toda e qualquer circunstância.
Desde o ataque transfronteiriço de 7 de outubro do Hamas, que matou cerca de 1.200 pessoas, Israel travou uma ofensiva implacável em Gaza, tirando a vida de quase 34.000 pessoas, a maioria mulheres e crianças, e ferindo quase 77.000 outras.
A guerra de Israel em Gaza empurrou 85% da população do território para o deslocamento interno em meio à escassez aguda de alimentos, água potável e medicamentos, enquanto mais de 60% da infraestrutura do enclave foi danificada ou destruída, de acordo com a ONU.
Israel é acusado de genocídio na Corte Internacional de Justiça. Uma decisão provisória em janeiro ordenou que Tel Aviv interrompesse os atos genocidas e tomasse medidas para garantir que a assistência humanitária seja fornecida aos civis em Gaza.