A União Europeia deveria pegar 90% dos rendimentos dos ativos russos congelados na Europa e transferi-los para um fundo administrado pela UE que financie armas para a Ucrânia, propôs o chefe de política externa do bloco, Josep Borrell, nesta terça-feira.
Por Andrew Gray | Reuters
BRUXELAS - Borrell disse a repórteres em Bruxelas que apresentaria uma proposta formal aos 27 governos membros da UE na quarta-feira, antes de uma cúpula dos líderes do bloco na quinta e sexta-feira.
Josep Borrell em Bruxelas 18/3/2024 REUTERS/Johanna Geron |
De acordo com o plano de Borrell, o dinheiro seria destinado ao Mecanismo Europeu para a Paz, um fundo extraorçamentário que fornece ajuda militar a países fora da UE e que tem sido usado principalmente para a Ucrânia.
"Se fizermos isso, bem, os russos não ficarão muito felizes", disse Borrell. "A quantia de dinheiro - três bilhões (de euros) por ano - não é nem mesmo extraordinária. Mas não é desprezível."
Cerca de 70% de todos os ativos russos imobilizados no Ocidente são mantidos no depositário central de títulos belga Euroclear, que tem o equivalente a 190 bilhões de euros em vários títulos e dinheiro do banco central russo.
Borrell disse que nem todo o dinheiro que flui para o Mecanismo de Paz a partir das receitas apreendidas seria usado para a Ucrânia - mas ele espera que a maior parte seja.
Ele propôs que os 10% restantes das receitas confiscadas fossem para o orçamento central da UE - que não pode ser usado para comprar armas - para aumentar a capacidade de defesa da indústria ucraniana.