O ministro da Defesa, Boris Pistorius (63, SPD), comentou a publicação pelo Kremlin de um telefonema grampeado pela Bundeswehr.
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Em um comunicado na tarde de domingo, Pistorius disse que o ditador russo estava travando uma "guerra de informação" contra a Alemanha. Trata-se de um "ataque híbrido" da Rússia, que tem o objetivo de "minar a determinação", segundo o ministro da Defesa alemão.
Na sexta-feira, os russos publicaram a gravação de um briefing confidencial da Bundeswehr sobre uma possível entrega da Taurus à Ucrânia. Nele, os oficiais alemães também falam sobre o fato de que a Ucrânia poderia usar os mísseis de cruzeiro para atacar a ponte da Crimeia. Moscou, por outro lado, está agindo como se a Bundeswehr estivesse planejando um ataque à Crimeia – uma mentira maluca.
Pistorius afirmou que imediatamente ordenou uma investigação "completa" sobre o incidente. Era preciso esclarecer se os policiais tinham permissão para falar sobre o conteúdo e se haviam escolhido o meio de comunicação correto – a ferramenta "WebEx".
Pistorius: Não "caia em Putin"
O ministro da Defesa alerta para o risco de "cair na armadilha de Putin" – e coloca o vazamento em um contexto maior. Não foi por acaso que os russos divulgaram a gravação no final de uma semana repleta de acontecimentos críticos do ponto de vista do Kremlin.
Especificamente: o funeral do ativista da oposição morto Alexei Navalny em Moscou e as novas revelações sobre o ex-gerente da Wirecard Jan Marsalek. Não se deve "deixar-se afastar" por Putin, disse Pistorius. "Reagir animadamente agora" é exatamente o que o ditador quer alcançar.
O ministro não quis "especular" sobre consequências pessoais antes da conclusão da investigação, mas não descartou. Ele aguarda o relatório do Serviço de Contra-inteligência Militar. Ele não tinha conhecimento de que os russos poderiam ter escutado mais conversas.