O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que a Rússia considerará eventuais tropas dos Estados Unidos enviadas à Ucrânia como intervencionistas.
Sputnik
As declarações foram feitas durante a entrevista com o diretor-geral do grupo midiático Rossiya Segodnya, do qual a Sputnik faz parte, Dmitry Kiselev.
Putin respondeu ao anúncio de que os EUA não enviariam tropas à Ucrânia, afirmando que a Rússia não subestimaria a gravidade de tal ação.
"Sabemos o que são tropas americanas em território russo, são tropas intervencionistas, e é assim que as trataremos, mesmo que apareçam em território da Ucrânia", afirmou o presidente russo.
"Sabemos o que são tropas americanas em território russo, são tropas intervencionistas, e é assim que as trataremos, mesmo que apareçam em território da Ucrânia", afirmou o presidente russo.
Putin destacou que Washington entende a posição da Rússia sobre este assunto. As tensões entre a Rússia e o Ocidente vêm aumentando desde 2014 e os EUA e seus aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) têm apoiado Kiev.
Putin, na entrevista, também não descartou a possibilidade de a Rússia realizar testes nucleares se os EUA o fizerem. "Se eles realizarem tais testes, não excluo, não é obrigatório, se precisarmos disso, não precisamos, ainda temos que pensar, mas não excluo que possamos fazer o mesmo."
Ele especificou que as forças russas estão preparadas para uma guerra nuclear: "Do ponto de vista militar, é claro que estamos prontos. Nossas forças estão constantemente em estado de prontidão."
"Eu disse que [o presidente dos EUA, Joe] Biden é uma pessoa representante da escola política tradicional, e isso está sendo confirmado. Lá, além de Biden, há muitos outros especialistas em relações russo-americanas e em estratégia de dissuasão. Portanto, não acredito que tudo esteja se encaminhando diretamente para isso, mas nós estamos preparados."
Ele destacou que existe um tratado proibindo testes desse tipo. Os americanos não ratificaram o Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBT, na sigla em inglês), e a Rússia retirou sua ratificação para manter a paridade, lembrou o presidente russo.
"Como o tratado não foi ratificado pelos Estados Unidos, ele não entrou em vigor legalmente, porque não recebeu o número necessário de ratificações. No entanto, ainda observamos esses acordos", disse Putin.
No entanto, ele acrescentou que nos EUA está sendo considerada a possibilidade de realizar tais testes. "Isso está relacionado ao fato de que, quando surgem novas ogivas, alguns especialistas acreditam que não é suficiente testá-las apenas no computador, elas precisam ser testadas em condições reais."
"Essas ideias estão circulando em certos grupos nos EUA. Nós sabemos disso. E também estamos observando", disse o presidente russo.
O tratado multilateral foi adotado pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em 10 de setembro de 1996, com o objetivo de prevenir a proliferação de armas nucleares em todos os seus aspectos.
Em 2 de novembro de 2023, o líder russo assinou a lei pela qual a Rússia retira sua ratificação do CTBT.