O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, disse nesta terça-feira que proteger civis na guerra entre Israel e o Hamas é um imperativo estratégico e moral e que a catástrofe humanitária na sitiada Faixa de Gaza tem piorado.
Por Idrees Ali | Reuters
WASHINGTON - As declarações de Austin ocorreram no início de reunião com o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, no Pentágono, em um momento em que as relações entre o presidente dos EUA, Joe Biden, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, chegaram ao ponto mais baixo durante a guerra.
O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, fala durante reunião com o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant (não retratado) no Pentágono, em Washington 26/03/2024 REUTERS/Kevin Lamarque |
"Em Gaza, hoje, o número de vítimas civis é alto demais e a quantidade de auxílio humanitário é baixa demais", disse Austin.
"Gaza sofre uma catástrofe humanitária e a situação está piorando", acrescentou Austin, usando linguagem mais contundente do que a adotada no passado durante a crise.
O secretário acrescentou que ele e Gallant discutiriam como aliviar a crise humanitária em Gaza.
A reunião ocorre após Netanyahu cancelar, na segunda-feira, uma visita a Washington de dois de seus assessores mais graduados, que deveriam ouvir as ideias dos EUA sobre alternativas operacionais.
As relações entre Netanyahu e Biden sofreram um baque diante da decisão de Washington de não vetar uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que buscava um cessar-fogo imediato em Gaza. Os Estados Unidos trabalham para que Netanyahu considere alternativas a uma invasão terrestre em Rafah, último local relativamente seguro para civis palestinos.
Austin disse que discutiria abordagens alternativas para atingir os militantes do Hamas em Rafah.
A ameaça da ofensiva ampliou as diferenças entre os dois aliados e levantou dúvidas sobre a possibilidade de os EUA restringirem o auxílio militar caso Netanyahu desafie Biden e siga em frente mesmo assim.
Austin disse que o laço de segurança entre Israel e Estados Unidos é "inabalável".
"Os Estados Unidos são o amigo mais próximo de Israel e isso não vai mudar", acrescentou.