O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes concedeu liberdade provisória ao coronel Bernardo Romão Corrêa Netto.
Por Valdo Cruz e Márcio Falcão | g1 — Brasília
Investigado na operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal, que apura uma tentativa de golpe de Estado, Corrêa Netto foi preso em 11 de fevereiro.
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Bernardo Romão Corrêa Netto, coronel preso em operação contra Bolsonaro e aliados — Foto: Centro de Preparação de Oficiais da Reserva de Porto Alegre/Facebook |
Ao conceder a liberdade provisória, o ministro Alexandre de Moraes impôs medidas cautelares que devem ser obedecidas pelo militar.
Segundo interlocutores que acompanham a investigação, Corrêa Netto respondeu a todas às perguntas formuladas pela PF, esclarecendo tudo o que sabia sobre a apuração. Neste caso, a avaliação é que, na prática, ele acabou colaborando com os investigadores.
O coronel foi o último a ser detido entre os quatro alvos que tiveram a prisão decretada na operação pelo ministro relator do inquérito no STF.
No dia em que a operação foi deflagrada, Corrêa Netto estava fazendo um curso nos Estados Unidos, do qual foi desligado pelo Exército. Após a ordem de prisão, ele retornou ao Brasil e foi detido.
O militar é acusado de integrar um núcleo responsável por incitar militares a aderirem a uma estratégia de intervenção militar para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo as investigações da Polícia Federal, Corrêa Netto teve participação ativa na convocação e realização de uma reunião em Brasília, em novembro de 2022, com militares das Forças Especiais, para discutir uma estratégia com o governo Bolsonaro sobre investidas golpistas.
Operação da PF
A operação Tempus Veritatis (Hora da Verdade), foi deflagrada no último dia 8 de fevereiro, e investiga os participantes de uma tentativa de golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder. Seus alvos são o próprio ex-presidente, além de ex-ministros, ex-assessores e militares.
São três crimes investigados: golpe de Estado, abolição violenta do estado democrático de direito e organização criminosa.
Para a PF, a partir do 2º turno da eleição de 2022, os investigados puseram em execução um plano para impedir a posse de Lula (PT), que havia vencido a disputa.
Segundo a investigação, os suspeitos tinham esperança de conseguir impedir a posse de Lula mesmo após o início do mandato do petista, "principalmente quando se desencadearam os atos golpistas do dia 8 de janeiro".