O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse nesta quinta-feira (21) que o envio de tropas ocidentais à Ucrânia acarretaria consequências negativas e até irreparáveis.
Izvestia
"Ainda precisamos obter informações precisas aqui. Até agora, tanto quanto sei, não há nada de preciso a este respeito. Temos dito repetidamente que o envio de alguns contingentes militares estrangeiros para a Ucrânia é repleto de consequências muito negativas e até irreparáveis", disse ele em um briefing.
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Foi assim que Peskov respondeu ao pedido dos jornalistas para comentar a informação do deputado da Verkhovna Rada da Ucrânia Alexei Goncharenko (incluído na lista de terroristas e extremistas da Rosfinmonitoring), que anunciou anteriormente uma possível "missão" de militares estrangeiros na fronteira com a Bielorrússia.
Em 26 de fevereiro, o presidente francês, Emmanuel Macron, disse que os líderes ocidentais discutiram a possibilidade de enviar suas tropas para a Ucrânia. Em vários países, incluindo Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido, a possibilidade de tal cenário foi negada, e o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, também anunciou a ausência de tais planos. Mais tarde, Macron reafirmou seu compromisso com essa posição. Em 14 de março, ele disse que continuava comprometido com a posição de que não havia linhas vermelhas na prestação de assistência a Kiev e a possibilidade de enviar tropas francesas para lá.
Em 19 de março, tendo como pano de fundo as declarações de Macron sobre a possibilidade de enviar tropas ocidentais para a Ucrânia, o chefe do Estado-Maior das Tropas Secas francesas, general Pierre Shill, observou que os militares franceses estavam se preparando para participar dos conflitos "mais difíceis". Segundo ele, a França é capaz de mobilizar 20 mil soldados em até 30 dias, além de comandar forças de até 60 mil pessoas, incluindo exércitos aliados.
No mesmo dia, o diretor do Serviço de Inteligência Externa da Rússia, Sergei Naryshkin, disse que a França já está preparando um contingente de seus militares para ser enviado à Ucrânia e, na fase inicial, serão cerca de 2 mil pessoas. Ele também acrescentou que a unidade militar francesa se tornará "um alvo legítimo prioritário para ataques das Forças Armadas russas".
O presidente russo, Vladimir Putin, alertou nesta terça-feira (29) que a Otan enfrentará consequências trágicas se decidir enviar seus militares para a Ucrânia.
Os países ocidentais aumentaram o apoio militar e financeiro a Kiev no contexto da operação especial da Federação Russa para proteger o Donbass, cujo início foi anunciado em 24 de fevereiro de 2022, após o agravamento da situação na região devido aos bombardeios dos militares ucranianos.