Civis têm de ser protegidos a qualquer custo e não podem ser submetidos a novos ataques, reafirmou nesta quinta-feira (21) o Escritório das Nações Unidas para Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) e a Organização Mundial da Saúde, em nota conjunta.
Monitor do Oriente Médio
O comunicado pediu proteção a doentes, feridos e refugiados, enquanto Israel mantém seu cerco militar ao Hospital al-Shifa, na Cidade de Gaza. Fontes locais estimam que 30 mil pessoas estão na instalação — o maior complexo médico do território palestino.
Pessoas aguardam em frente ao pronto-socorro do Hospital al-Shifa, na Cidade de Gaza [Khader al-Zanoun/AFP via Getty Images] |
“O OCHA continua a pedir que civis — incluindo pacientes, entre doentes e feridos, e profissionais de saúde — recebam proteção. Hospitais e instalações médicas não podem ser alvo”, destacou a nota.
A OMS, por sua vez, estimou 410 ataques ao sistema de saúde de Gaza desde 7 de outubro, ao reiterar: “Conforme os relatos, ataques como esse causaram centenas de fatalidades, danificaram quase cem instalações e afetaram mais de cem ambulâncias”.
A agência documentou um número semelhante de ataques israelenses a instalações de saúde na Cisjordânia ocupada, no mesmo período, com 403 violações.
Em al-Shifa, estima-se até 250 mortos, dezenas dos quais executados à queima-roupa, além de centenas de trabalhadores, pacientes e refugiados presos.
O episódio ocorreu na madrugada de segunda-feira (18), sob disparos de tanques de guerra, unidades de infantaria, drones, aeronaves e franco-atiradores.
Trata-se do segundo ataque a al-Shifa. Em novembro, soldados israelenses atacaram o centro de saúde o mesmo pretexto: de que seria utilizado como base por membros do Hamas; no entanto, sem provas, sequer após a operação.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro, deixando 31.923 mortos e 74.096 feridos, além de dois milhões de desabrigados.
Apesar de uma ordem do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, de 26 de janeiro, Israel ainda impõe um cerco militar absoluto a Gaza — sem comida, água, medicamentos, energia elétrica ou combustível.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.