Sem ministro da Economia na comitiva, presidente francês não assinou empréstimo bilionário para desenvolvimento das usinas Angra 1 e Angra 3
Por Ramiro Brites | Veja
O presidente da França, Emmanuel Macron, frustrou a Frente Parlamentar Nuclear ao não encaminhar, na visita ao Brasil nesta semana, as tratativas de um empréstimo de 3 bilhões de euros da França para desenvolver as usinas de Angra 1 e Angra 3. O crédito iria remunerar as empresas francesas que trabalham com a Eletronuclear.
O presidente francês, Emmanuel Macron, durante visita a Lula no Palácio do Planalto, em Brasília (Ricardo Stuckert/PR/Divulgação) |
Personagem importante para a assinatura do acordo, o ministro da Economia e Finanças da França, Bruno Le Maire, era esperado no Brasil, mas não embarcou na comitiva presidencial.
“Não está andando tão bem quanto a gente gostaria, mas também não está parado. O acordo dos serviços geológicos é o início para que a securitização do urânio seja feita”, afirma o presidente da Frente Parlamentar Nuclear, Julio Lopes.
Em vez do contrato específico sobre a implementação de recursos nas usinas brasileiras, os franceses firmaram um acordo para verificar a possibilidade de exploração de urânio em um Memorando de Entendimento entre o Serviço Geológico Brasileiro (SGB) e o Serviço Geológico Francês (BRGM). A ideia de Lopes é securitizar o empréstimo com parte da reserva de urânio do Brasil.