As discussões sobre as forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) no território ucraniano precisam terminar, pois ninguém quer que isso aconteça, disse o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, nesta sexta-feira (8).
Sputnik
Pistorius esteve na Finlândia em visita às tropas alemãs que participaram dos exercícios da Resposta Nórdica, no Círculo Polar Ártico. Enquanto esteve lá, o ministro participou de uma coletiva de imprensa junto ao seu homólogo finlandês, Antti Hakkanen.
"Ninguém quer realmente ter forças no território da Ucrânia", disse Pistorius, respondendo a uma pergunta sobre comentários recentes feitos pelo presidente francês, Emmanuel Macron, sugerindo que o assunto estava em aberto. As discussões sobre isso "deveriam parar", acrescentou. "Ninguém apoia 'coturnos no terreno'", concordou Hakkanen.
Macron disse na semana passada que nenhuma opção deveria ser descartada, incluindo o envio de tropas terrestres, porque, segundo o francês, a Rússia não pode vencer. Entretanto, a ideia foi rechaçada pela maioria dos membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Para Pistorius, o que o Ocidente precisa fazer é aumentar o fornecimento de munições e equipamento aos militares ucranianos.
"A Alemanha é o segundo maior apoiador da Ucrânia em todo o mundo", doando € 7,5 bilhões de euros (R$ 40,88 bilhões) só neste ano, observou Pistorius, acrescentando que Berlim enviou "defesa aérea, artilharia, munições", ou seja, segundo ele, "tudo que a Ucrânia precisa".
Em relação à decisão da Alemanha de não enviar à Ucrânia seus mísseis Taurus de longo alcance, Pistorius disse que isso seria um passo longe demais.
"Sempre enfatizamos que os mísseis de longo alcance não decidirão essa guerra [...] Há uma linha decisiva que nunca cruzaremos, e esta é sermos participantes".
Na semana passada, a Sputnik publicou a transcrição da conversa de militares alemães sobre planos de ataque à Ponte da Crimeia com mísseis Taurus. De imediato, o ministro da Defesa da Alemanha se recusou a comentar sobre o caso, falando sobre o assunto dias depois, afirmando se tratar de discussões de "diferentes cenários", não planos de um possível ataque.